O mercado de maçãs em Santa Catarina e no Brasil tem enfrentado oscilações de preços e volume comercializado em 2024, conforme apontado no Boletim Agropecuário de agosto, elaborado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). A combinação de uma safra limitada, condições climáticas desfavoráveis e as dinâmicas do mercado interno e externo influenciaram fortemente esses resultados.
Durante o período entre junho e julho de 2024, o preço médio das maçãs no atacado catarinense apresentou uma leve queda. No entanto, em comparação com julho de 2023, houve uma valorização significativa, reflexo da menor produção da safra 2023/24. Para atender à demanda nacional, as importações de maçãs, especialmente do Chile, cresceram consideravelmente.
Na central de abastecimento Ceasa/SC, os preços das maçãs registraram uma queda de 4,9% entre junho e julho de 2024, mas, em relação a julho do ano anterior, subiram 26,8%. Especificamente, a maçã Gala teve uma desvalorização de 0,2% no mês, mas acumulou uma alta expressiva de 41,5% em comparação ao mesmo período de 2023. Já a maçã Fuji desvalorizou 10,1% entre junho e julho, mas ainda registrou uma valorização de 12,3% em relação ao ano anterior.
No primeiro semestre de 2024, os preços médios das maçãs tiveram um aumento de 29,3% em relação ao ano anterior e de 62,5% em comparação a 2022. A maçã Gala, em particular, valorizou-se em 38,1%, enquanto a Fuji teve um aumento de 21,5%. Em termos de cotações, os preços máximos subiram 30% e os mínimos 32,1%, comparando-se ao mesmo período de 2023.
No mercado paulista da Ceagesp, o preço da maçã catarinense caiu 7,6% entre junho e julho de 2024, influenciado pela menor demanda e pelo volume comercializado. Apesar disso, os preços ainda estavam 27,3% acima dos valores de 2023. Entre janeiro e julho, o volume de maçãs comercializadas na Ceagesp aumentou 5,5%, totalizando 72,58 mil toneladas e gerando um valor de R$ 631,6 milhões.
Em Minas Gerais, o preço da maçã desvalorizou 7,8% em julho na Ceasaminas, mas ainda apresentou uma alta de 11,6% em comparação ao mesmo mês de 2023. Nos primeiros sete meses de 2024, o volume comercializado foi de 34,3 mil toneladas, uma redução de 4,9% em relação ao ano anterior, com um valor negociado de R$ 276,0 milhões.
Nas regiões produtoras de Santa Catarina, como Fraiburgo e São Joaquim, a menor safra resultou na venda de frutas com menor resistência ao armazenamento, reservando as de melhor qualidade para o segundo semestre. Em São Joaquim, a maçã Gala sofreu uma desvalorização de 4,6% em julho, mas a expectativa é de valorização nos próximos meses devido à alta demanda.
Com a redução da produção nacional, as importações brasileiras de maçãs entre janeiro e julho de 2024 aumentaram 76,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Chile continua sendo o principal fornecedor, seguido por Itália, Argentina e Portugal. Para a safra 2023/24 em Santa Catarina, a previsão é de uma queda de 23,7% na produção, com a variedade Fuji sendo a mais afetada.
Esse cenário evidencia a complexidade do mercado de maçãs em 2024, com desafios na produção e um mercado internacional cada vez mais relevante para suprir a demanda interna.