O agronegócio brasileiro, uma das forças motrizes da economia nacional e um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, enfrenta um cenário global repleto de desafios e oportunidades com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. As políticas protecionistas, mudanças no comércio internacional e questões ambientais são fatores que podem influenciar diretamente o setor nos próximos anos.
Comércio Internacional e Exportações
O retorno de uma agenda protecionista nos EUA pode trazer impactos diretos ao agronegócio brasileiro. A possível revisão de acordos comerciais e o aumento de tarifas de importação podem alterar a competitividade no mercado global:
• Soja e milho: Tensões entre EUA e China podem consolidar o Brasil como principal fornecedor de grãos para os chineses.
• Carnes e frutas: A renegociação de acordos com países como o México pode abrir espaço para exportações brasileiras aos EUA.
Além disso, uma valorização do dólar favorece as exportações nacionais, mas pode encarecer insumos agrícolas importados, como fertilizantes e maquinário.
Sustentabilidade e Pressões Ambientais
Sob Trump, os EUA podem reduzir as críticas relacionadas a questões ambientais, como o desmatamento na Amazônia. No entanto, mercados como o europeu devem manter alta a exigência por produtos agrícolas sustentáveis. Isso reforça a necessidade de o Brasil investir em certificações, rastreabilidade e práticas de baixo impacto ambiental para continuar competitivo.
Biocombustíveis e Política Energética
A provável preferência dos EUA por combustíveis fósseis em detrimento dos renováveis pode impactar negativamente o mercado global de etanol, no qual o Brasil é líder. Entretanto, isso pode abrir oportunidades para o país ampliar exportações para mercados mais alinhados com políticas verdes, como a Europa.
Tecnologia e Logística
Mudanças nas relações comerciais com os EUA podem afetar o acesso a tecnologias agrícolas de ponta. O Brasil precisará buscar diversificação de fornecedores e desenvolver soluções próprias para mitigar custos crescentes de insumos e equipamentos.
Nova Geopolítica e Diversificação de Mercados
As tensões globais podem alterar as cadeias de suprimento e reconfigurar os fluxos comerciais. Nesse cenário, o Brasil tem a oportunidade de reforçar sua posição como fornecedor global, investindo na diversificação de mercados e na competitividade de seus produtos.
Conclusão
O retorno de Donald Trump à Casa Branca trará um cenário desafiador para o agronegócio brasileiro, mas também abre oportunidades estratégicas para o país se consolidar como líder global. O equilíbrio entre inovação tecnológica, práticas sustentáveis e ampliação de mercados será essencial para o setor superar os desafios e aproveitar as oportunidades desse novo momento geopolítico.
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Esta coluna é escrita por Diego Trindade, sul-mato-grossense que escolheu o Ceará como sua casa. Diego atua conectando o agro e traz para você informações exclusivas sobre acordos, projetos e inovações que impulsionam o setor.