Queda nos Mercados Agrícolas: Soja e Milho Divergem em Desempenho no Brasil e no Exterior
De acordo com dados da TF Agroeconômica, os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia em queda. O contrato de março fechou a $1029,75 por bushel (-13,0). No mercado brasileiro, a soja também apresentou recuo, com desvalorização de 0,71% no Cepea, encerrando a R$ 136,34 por saca e acumulando baixa de 2,20% no mês.
A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) destacou em seu relatório mensal que as condições de seca severa e estresse hídrico nos últimos 30 dias descartaram expectativas de alta produtividade para a safra argentina. Após as chuvas da primavera, a produção era estimada entre 53 e 53,50 milhões de toneladas, mas os cenários otimistas foram abandonados diante da deterioração climática.
No mercado de milho, o comportamento foi divergente. Enquanto o contrato de março na CBOT recuou para $476,0 (-2,75), no Brasil o grão registrou alta. Na B3, o preço avançou 4,08%, fechando a R$ 78,00 por saca, enquanto o Cepea indicou alta de 0,37%, atingindo R$ 74,97 por saca, com ganho mensal de 3,14%. As previsões de chuva nas principais regiões produtoras da América do Sul também impactaram o cenário global. A BCR, em sua primeira estimativa oficial para a safra de milho na Argentina, previu uma produção de 48 milhões de toneladas, abaixo das 52 milhões anteriormente esperadas e das 52,50 milhões da safra anterior.
Por sua vez, o trigo apresentou queda na CBOT, com o contrato de março fechando em $541,75 (-5,25). No Brasil, no entanto, os preços registraram alta no Cepea: no Paraná, o valor foi de R$ 1.407,91 (+0,76%) e, no Rio Grande do Sul, R$ 1.268,54 (+1,15%). Nos Estados Unidos, o fortalecimento do dólar frente ao euro segue prejudicando as exportações, enquanto a ampliação da oferta global, com as colheitas da Austrália e Argentina, pressiona o mercado.
O cenário reflete a complexidade dos mercados agrícolas, influenciados por fatores climáticos, câmbio e oferta global.