Nos últimos sete dias, os preços de todos os cortes de carne bovina com osso registraram um aumento significativo de aproximadamente 4% no mercado atacadista da Grande São Paulo. Esse movimento de alta elevou o valor da carcaça casada do boi gordo, que inclui o traseiro, dianteiro e a ponta de agulha, ao maior nível nominal alcançado neste ano. O aumento expressivo nos preços reflete um momento de valorização no setor, impulsionado por diversos fatores.
De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a oferta limitada de carne bovina por parte dos frigoríficos tem sido um dos principais motivos para essa alta. A restrição na oferta se deve, em grande parte, à menor disponibilidade de animais prontos para o abate, o que pressiona os preços para cima. Contudo, a elevação não está relacionada apenas à oferta reduzida; o consumo aquecido também tem desempenhado um papel fundamental.
Fatores macroeconômicos, como a queda no desemprego e o aumento da massa salarial, têm favorecido o poder de compra da população, o que contribui para a maior demanda por carne bovina no mercado interno. Com mais pessoas empregadas e com renda disponível, o consumo de proteínas de maior valor agregado, como a carne bovina, tende a crescer. Esse cenário tem sustentado a valorização da carne bovina, mantendo os preços em alta mesmo com a oferta restrita.
Além disso, o aumento do consumo não se restringe apenas ao mercado interno. As exportações de carne bovina brasileira também têm mostrado desempenho positivo, ajudando a manter o equilíbrio entre oferta e demanda e, consequentemente, a elevação dos preços. Esse contexto favorável ao setor de carne bovina projeta um mercado aquecido para os próximos meses, com a expectativa de que os preços continuem em níveis elevados, beneficiando tanto produtores quanto frigoríficos.
Em resumo, o aumento de 4% nos preços da carne bovina com osso reflete não apenas a redução da oferta, mas também um contexto econômico mais favorável, que estimula o consumo. O cenário atual indica que o mercado de carne bovina continuará forte, com a demanda sustentada e uma oferta que ainda apresenta limitações, o que deve manter as cotações em patamares elevados.