A região Sul do Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, desempenha um papel crucial na pecuária nacional, com um rebanho de aproximadamente 11,9 milhões de bovinos. No entanto, os produtores enfrentam um desafio constante: furtos e roubos de animais. Esse problema é agravado pelo isolamento geográfico de muitas propriedades rurais, o que facilita a ação de criminosos. Além do prejuízo financeiro para os pecuaristas, esses crimes também representam uma ameaça à saúde pública, já que a carne proveniente de abates clandestinos não passa pelos devidos controles de qualidade.
Embora tenha havido uma redução recente nos casos registrados de furtos e roubos de gado, com uma média de oito ocorrências por dia, os números ainda são preocupantes. O governo do Rio Grande do Sul lançou a Plataforma de Defesa Agropecuária (PSDA), com o objetivo de fortalecer a proteção e a organização do setor agropecuário. No entanto, muitos especialistas acreditam que os dados oficiais podem não capturar toda a realidade desses crimes, que continuam sendo uma preocupação constante entre os pecuaristas.
Para enfrentar essa ameaça, medidas de segurança mais robustas têm sido recomendadas. “Fortalecer o cercamento das fazendas, utilizando arame liso, farpado ou cercas elétricas, além de criar redes de comunicação com vizinhos para monitorar movimentações suspeitas, são estratégias essenciais para dificultar o acesso de criminosos”, explica Ismael Ribeiro, gerente de Venture Builder da Belgo Arames. Essas ações aumentam a segurança não apenas do gado, mas também das pessoas que vivem e trabalham nas fazendas.
Além dessas medidas tradicionais, a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada na luta contra o furto de gado. A Belgo Arames, por exemplo, em parceria com a startup Instabov, desenvolveu uma solução inovadora: um colar equipado com GPS que é colocado nos animais. Esse dispositivo coleta dados sobre a movimentação e o comportamento do rebanho e envia as informações diretamente para antenas instaladas na propriedade. Com o aplicativo da Instabov, os pecuaristas podem acompanhar, em tempo real, a localização dos animais e receber atualizações a cada 10 minutos em seus smartphones. Isso permite uma resposta rápida em situações de risco, como tentativas de furto ou quando um animal se perde, além de possibilitar o acionamento imediato das autoridades.
A adoção dessa tecnologia não só aumenta a proteção do rebanho, mas também traz mais tranquilidade para os produtores, que podem gerenciar suas propriedades com maior segurança. “Temos visto resultados muito positivos com essa inovação. Os pecuaristas se sentem mais seguros e conseguem cuidar de seus negócios com mais tranquilidade”, ressalta Ismael Ribeiro. A Belgo Arames pretende expandir o uso dessa tecnologia, contribuindo para melhorar a segurança no campo e impulsionar o crescimento do agronegócio no Brasil.
A combinação de cercas mais robustas, comunicação entre vizinhos e a utilização de sistemas digitais de monitoramento é uma estratégia promissora para reduzir os furtos de gado e proteger o patrimônio dos pecuaristas. À medida que o uso dessas tecnologias se expande, o agronegócio brasileiro tem a chance de se fortalecer ainda mais, tornando o setor não apenas mais eficiente, mas também mais seguro.