A corrupção no setor de compras do agronegócio compromete a eficiência, a sustentabilidade e a reputação das empresas, prejudicando a confiança dos stakeholders e impactando negativamente toda a cadeia produtiva. Segundo Leandro Viegas, CEO da Sell Agro, práticas como superfaturamento de contratos e fraudes em licitações são problemas recorrentes no setor. Um exemplo emblemático foi a operação Carne Fraca em 2017, que revelou esquemas de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais do Ministério da Agricultura.
“Essas situações também podem ocorrer no nível corporativo, especialmente em grandes fazendas ou grupos de compras que lidam com volumes expressivos de recursos financeiros e possuem sistemas de controle vulneráveis. É importante lembrar que a corrupção é um crime previsto no Código Penal Brasileiro (art. 317, corrupção passiva; art. 333, corrupção ativa)”, destaca Viegas.
Para enfrentar esses desafios, a implementação de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) é fundamental. Além de atender à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), que prevê sanções severas para empresas envolvidas em atos ilícitos, medidas como transparência nos processos de compras, automação e o uso de tecnologias como blockchain são essenciais para prevenir desvios.
Empresas como a Sell Agro devem adotar códigos de ética rigorosos, investir em treinamentos sobre práticas sustentáveis e garantir parcerias com fornecedores idôneos. Para Viegas, a educação e a conscientização são pilares indispensáveis no combate à corrupção. Além de garantir conformidade com a legislação, incorporar os princípios ESG é uma questão de competitividade no mercado globalizado. “Empresas éticas e sustentáveis se destacam, ajudando a transformar o agronegócio em um setor mais responsável e eficiente”, afirma o CEO.
A luta contra a corrupção exige um esforço coletivo, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva, desde fornecedores até grandes corporações. “Mais do que evitar sanções, trata-se de construir um agronegócio mais ético, eficiente e sustentável. Como fornecedor e líder no setor, comprometo-me a ser parte ativa dessa transformação”, conclui Leandro Viegas.