A seca severa que assola o estado de Mato Grosso atingiu um marco preocupante nesta semana, com 150 dias sem chuva, causando grande impacto no agronegócio local. A falta de chuvas afeta diretamente o avanço do plantio da soja (1ª safra) e coloca em risco a próxima cultura de algodão, uma das mais importantes da região. O atraso no plantio da soja, que deve ser colhida até o final de janeiro, compromete a viabilidade da segunda safra, gerando preocupações entre os produtores.
Rodrigo Pasqualli, diretor executivo da Fundação Rio Verde e Show Safra, comentou sobre os desafios enfrentados: “Temos uma perspectiva de 1,5 milhão de hectares para a cultura de algodão, mas a falta de chuvas para a soja terá uma influência direta nessa implantação. Há fortes riscos para a viabilidade do cultivo local”. Segundo ele, a área disponível para o plantio de soja no estado é de 12,4 milhões de hectares, porém, o avanço do cultivo este ano tem sido muito aquém dos anos anteriores.
Apesar das particularidades de solo e clima de Mato Grosso, a intensidade dessa seca é considerada inédita e vem se somar a outros desafios recentes, como as queimadas que devastaram parte do estado. “Estamos vivendo um momento muito delicado no agro. O Mato Grosso, um estado crucial para o setor, está sofrendo um impacto significativo”, afirmou Pasqualli. Ele destacou que a Fundação Rio Verde está mobilizando sua equipe de pesquisa para encontrar estratégias que possam mitigar os efeitos da seca, com foco especial na segunda safra.
O ano de 2024 tem sido um dos mais desafiadores para os agricultores mato-grossenses. Além da seca, a safra anterior já havia apresentado um baixo rendimento, resultando em uma colheita limitada e preços abaixo do esperado. A combinação desses fatores tem levado muitos produtores a uma situação de alerta.
A Fundação Rio Verde, uma instituição sem fins lucrativos que trabalha nos bastidores do Show Safra, vem investindo intensamente em pesquisa e desenvolvimento de soluções que possam ajudar os produtores a enfrentar esses desafios. “Estamos otimistas com os testes em novas tecnologias e esperamos colher resultados antes do início da segunda safra”, concluiu Pasqualli.
Esse cenário de seca extrema acende um alerta para todo o setor agropecuário no Brasil, colocando em pauta a necessidade de soluções inovadoras e rápidas para enfrentar as mudanças climáticas que estão afetando de maneira severa a agricultura em regiões chave como Mato Grosso.