O Ceará retoma produção de tilápia e projeta um novo ciclo de crescimento após anos de seca e queda naO Ceará retoma produção de tilápia e vive uma fase de recuperação após anos de seca e restrições hídricas. Com mais água nos açudes e investimentos públicos, o estado volta a se destacar na piscicultura nacional. Além disso, empresários do setor acreditam que 2026 marcará um novo ciclo de crescimento e exportações.
Atualmente, o Ceará ocupa o 8º lugar entre os maiores produtores brasileiros de tilápia, com 14,5 mil toneladas em 2024 — um salto de 26,8% em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Esse avanço reflete o aumento da oferta hídrica e o fortalecimento de políticas de incentivo à aquicultura.
Ceará retoma produção de tilápia e mira exportação
Os piscicultores cearenses estão otimistas. Eles esperam boas chuvas e acreditam que o estado pode recuperar a liderança regional e retomar as exportações de tilápia em 2026.
De acordo com Roberto Gradvohl, presidente da Câmara Setorial da Economia do Mar, o principal desafio é o fim do tarifaço, que taxa em 50% os pescados exportados para os Estados Unidos.
“Esperamos o encerramento dessa tarifa. Se o inverno for bom, teremos mais espelhos d’água e uma produção recorde”, afirma o empresário.
No último trimestre, a Embrapa Pesca e Aquicultura e a Peixe BR registraram queda de 32% nas exportações nacionais de tilápia devido ao tarifaço. Mesmo assim, o Ceará mostra resiliência e mantém a produção voltada ao mercado interno, onde o consumo segue em alta.
Além disso, o estado aposta na diversificação. A pele da tilápia, por exemplo, vem sendo usada em pesquisas médicas e tratamentos de queimaduras, ampliando o valor agregado da cadeia produtiva.
Produção cresce no Vale do Jaguaribe
O Vale do Jaguaribe, especialmente as áreas próximas ao Açude Castanhão, é o principal polo da piscicultura cearense. Em Jaguaribara, a produção cresceu 35,8% em 2024, alcançando 8,74 mil toneladas, o que recolocou o município entre os 14 maiores produtores do Brasil.
Esse resultado está diretamente ligado à recuperação hídrica e aos programas estaduais de incentivo. O projeto de “peixamento”, por exemplo, distribui alevinos em açudes públicos e garante alimento e renda a centenas de famílias.
O secretário Oriel Filho, da Secretaria de Pesca e Aquicultura (SPA), destaca o apoio técnico oferecido aos pescadores.
“Estamos em todas as regiões, ouvindo quem vive da pesca e promovendo capacitação técnica. Assim, fortalecemos toda a cadeia produtiva”, explica.
BNDES e novo frigorífico impulsionam a aquicultura cearense
Em 18 de novembro de 2025, o BNDES anunciou negociações para investir na construção de um frigorífico de pescado no Ceará. Esse projeto visa expandir a produção de tilápia e atender tanto à demanda interna quanto à exportação.
Além disso, o novo frigorífico reduzirá custos logísticos e aumentará a competitividade regional. Com isso, o Ceará poderá processar e exportar sua produção com maior eficiência.
Esse investimento reforça a estratégia de modernização da cadeia produtiva, consolidando o estado como referência em aquicultura sustentável e tecnológica. Portanto, a expectativa do setor é que o apoio financeiro acelere o crescimento e atraia novos mercados.
Perspectivas para 2026: otimismo e sustentabilidade
Os produtores apostam em um cenário promissor. A boa quadra chuvosa prevista e os novos investimentos públicos e privados devem ampliar a capacidade produtiva.
Enquanto isso, a retomada das exportações, o avanço da tecnologia e o fortalecimento de programas sociais indicam que o Ceará retoma produção de tilápia com bases sólidas. Assim, o estado tende a recuperar sua relevância nacional, unindo tradição, inovação e sustentabilidade.
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