A soja brasileira enfrenta desafios com estoques elevados e safra recorde O mais recente relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado pela TF Agroeconômica, trouxe dados que reforçam os desafios enfrentados pelo complexo da soja no Brasil. Os estoques de farelo de soja mais que dobraram em comparação aos anos anteriores, um movimento que tem pressionado as margens das indústrias. Isso ocorre porque as empresas precisam absorver os custos adicionais do esmagamento, comprometendo a rentabilidade do setor. Além disso, os estoques de soja em grão cresceram cerca de 30% em relação ao ano passado, intensificando a pressão sobre os preços do produto. Por outro lado, o óleo de soja apresenta um cenário mais positivo. Com a alta demanda para a produção de biocombustíveis, os estoques finais têm diminuído gradualmente, ajudando a sustentar os preços e garantindo algum equilíbrio ao mercado doméstico. Isso tem sido um ponto de estabilidade, mesmo com as pressões negativas da Bolsa de Chicago (CBOT). Apesar dessa dinâmica, especialistas não preveem uma valorização expressiva da soja nos próximos meses. Entre os principais fatores externos que influenciam o mercado estão as políticas conduzidas pelo novo presidente dos Estados Unidos e os conflitos em regiões estratégicas para o petróleo, que impactam diretamente os preços do óleo de soja no cenário global. Diante desse panorama, o mercado brasileiro de soja reflete um equilíbrio delicado: de um lado, desafios internos com estoques elevados; do outro, as incertezas externas que exigem atenção redobrada de produtores e indústrias. Monitorar esses fatores será essencial para a tomada de decisões estratégicas no setor.
A importância da umidade do solo na produtividade da forragem
Desenvolvimento das Forrageiras de Verão é Impulsionado por Condições Climáticas Favoráveis no RS O Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS na última quinta-feira (05) revela que as forrageiras de verão estão em pleno desenvolvimento no Rio Grande do Sul. As condições climáticas favoráveis, com chuvas regulares e boa umidade do solo, têm proporcionado alta emissão de folhas novas, crescimento vegetativo acelerado e expressiva produção de massa verde. Cenário Regional: Evolução e Desafios Região de Bagé:As chuvas regulares em Hulha Negra impulsionaram as culturas de trevo e cornichão, com muitas áreas destinadas à colheita de feno. O crescimento das forrageiras nativas tem sido excelente, beneficiado pela combinação de umidade e radiação solar. Em Maçambára, produtores têm realizado roçadas para estimular o rebrote das plantas e controlar invasoras. Região de Caxias do Sul:Apesar das mudanças bruscas de temperatura e do frio noturno terem reduzido o ritmo de crescimento das forrageiras, o desenvolvimento não foi interrompido. Contudo, a alta umidade tem dificultado o manejo adequado das áreas. Região de Erechim:Com um acumulado de chuvas de 51 mm, a umidade do solo aumentou significativamente, favorecendo pastagens anuais e perenes de verão. Isso tem garantido uma boa oferta de massa verde para os rebanhos. O pastoreio, porém, permanece concentrado em campos nativos devido à menor disponibilidade das pastagens de inverno. Região de Frederico Westphalen:A implantação de pastagens anuais foi intensificada, com áreas em pleno desenvolvimento sendo aproveitadas para o pastejo. Região de Ijuí:As forrageiras apresentam um desenvolvimento radicular robusto, o que favorece a fixação no solo e reduz o risco de arrancamento em períodos de alta umidade. Espaço Compartilhado com Outras Culturas Na região de Passo Fundo, o avanço das culturas anuais de verão, como milho e soja, tem diminuído a área destinada às pastagens. Já em Pelotas, as condições das pastagens variam conforme a localidade. Em municípios como Canguçu, Pelotas, Pinheiro Machado e São Lourenço do Sul, o desenvolvimento das pastagens tem sido positivo, oferecendo boa disponibilidade de forragem. Região de Porto Alegre:Houve um aumento na semeadura de pastagens cultivadas, que começam a mostrar bons resultados devido às chuvas. O pastoreio segue concentrado em campos nativos, que apresentam condições favoráveis. O interesse por variedades como braquiária e panicum tem crescido, por serem alternativas perenes viáveis. Desenvolvimento Positivo e Feno em Excedente Na região de Santa Maria, tanto os campos nativos quanto as pastagens perenes de verão, como tifton e jiggs, têm aproveitado as condições favoráveis de insolção, altas temperaturas e chuvas frequentes. Em Santa Rosa, a oferta de forragem é satisfatória, com excedentes de tifton sendo direcionados à produção de feno. Na região de Soledade, as intensas chuvas recentes devem impulsionar ainda mais o crescimento das pastagens. Forrageiras como tifton, capim kurumi e panicum têm garantido uma oferta adequada de alimento para o rebanho bovino leiteiro. Perspectivas Positivas para as Forrageiras de Verão Com a continuidade das chuvas e das condições climáticas favoráveis, espera-se que as forrageiras mantenham um ritmo acelerado de desenvolvimento, contribuindo para a segurança alimentar dos rebanhos e proporcionando excedentes para a produção de feno. O manejo adequado será essencial para garantir a qualidade e o aproveitamento das pastagens durante o período de verão no Rio Grande do Sul.
Preços do trigo mantêm tendência de queda no Brasil, aponta análise semanal
O Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) divulgou, na última quinta-feira (12), sua análise semanal indicando que os preços do trigo seguem em tendência de queda no Brasil. No Rio Grande do Sul, a média semanal ficou em R$ 65,62 por saco, enquanto no Paraná os valores oscilaram entre R$ 72,00 e R$ 73,00 por saco. Apesar da pressão das importações, impulsionadas por um câmbio elevado que ultrapassa R$ 6,00 por dólar, os preços internos tendem a permanecer estáveis no curto prazo, com previsão de alta apenas a partir de fevereiro. Em novembro, o Brasil importou 427,5 mil toneladas de trigo, um volume 33% maior em relação ao mesmo período de 2023. A Argentina respondeu por 79,5% dessas importações, registrando o maior volume dos últimos seis meses, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No acumulado de 12 meses, o país adquiriu 6,52 milhões de toneladas de trigo, o maior volume desde novembro de 2020, com projeção de encerrar o ano em torno de 7 milhões de toneladas, superando as expectativas. O mercado do trigo no sul do Brasil segue em ritmo lento, impactado pela demanda enfraquecida e pelas dificuldades nas negociações de curto prazo. No Rio Grande do Sul, as compras de moinhos para dezembro já foram encerradas e as transações para janeiro permanecem escassas. Isso tem levado os produtores a direcionarem suas ofertas para o mercado de exportação. Em Santa Catarina, a baixa demanda por farinha também contribui para a lentidão do mercado, enquanto os moinhos enfrentam desafios para repassar os custos da matéria-prima aos preços finais das farinhas. No Paraná, os preços do trigo tiveram uma leve queda, acompanhada de uma redução no custo de produção. Isso tem permitido que os produtores mantenham uma margem de lucro favorável, estimada em 3,66%. Contudo, o volume de negociações segue baixo, com vendedores mais retraídos e moinhos focados em acordos para janeiro e fevereiro, o que tem levado o mercado a adotar uma postura de espera. A expectativa, segundo o Ceema, é que o cenário comece a se movimentar apenas no início de 2024, com possíveis reajustes no valor do trigo no mercado interno.
A Luta Contra a Corrupção no Agro: Desafios, Impactos e Soluções
A corrupção no setor de compras do agronegócio compromete a eficiência, a sustentabilidade e a reputação das empresas, prejudicando a confiança dos stakeholders e impactando negativamente toda a cadeia produtiva. Segundo Leandro Viegas, CEO da Sell Agro, práticas como superfaturamento de contratos e fraudes em licitações são problemas recorrentes no setor. Um exemplo emblemático foi a operação Carne Fraca em 2017, que revelou esquemas de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais do Ministério da Agricultura. “Essas situações também podem ocorrer no nível corporativo, especialmente em grandes fazendas ou grupos de compras que lidam com volumes expressivos de recursos financeiros e possuem sistemas de controle vulneráveis. É importante lembrar que a corrupção é um crime previsto no Código Penal Brasileiro (art. 317, corrupção passiva; art. 333, corrupção ativa)”, destaca Viegas. Para enfrentar esses desafios, a implementação de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) é fundamental. Além de atender à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), que prevê sanções severas para empresas envolvidas em atos ilícitos, medidas como transparência nos processos de compras, automação e o uso de tecnologias como blockchain são essenciais para prevenir desvios. Empresas como a Sell Agro devem adotar códigos de ética rigorosos, investir em treinamentos sobre práticas sustentáveis e garantir parcerias com fornecedores idôneos. Para Viegas, a educação e a conscientização são pilares indispensáveis no combate à corrupção. Além de garantir conformidade com a legislação, incorporar os princípios ESG é uma questão de competitividade no mercado globalizado. “Empresas éticas e sustentáveis se destacam, ajudando a transformar o agronegócio em um setor mais responsável e eficiente”, afirma o CEO. A luta contra a corrupção exige um esforço coletivo, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva, desde fornecedores até grandes corporações. “Mais do que evitar sanções, trata-se de construir um agronegócio mais ético, eficiente e sustentável. Como fornecedor e líder no setor, comprometo-me a ser parte ativa dessa transformação”, conclui Leandro Viegas.