A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está mobilizando uma série de encontros regionais em parceria com federações, sindicatos, entidades setoriais e produtores rurais. O objetivo é reunir as principais propostas do setor para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2024/2025. O primeiro encontro está agendado para terça-feira (27) na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), em Curitiba, concentrando-se nas demandas da região Sul. A pauta abrangerá temas como crédito rural, políticas de apoio à comercialização, mercado de capitais e instrumentos de gestão de risco. A Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA coordenará os debates em todas as regiões do país. Segundo Guilherme Rios, assessor técnico da CNA, “o objetivo dos encontros é discutir propostas específicas dos produtores, atendendo às necessidades e particularidades de cada região, a curto e longo prazo, consolidando contribuições para a formulação do próximo Plano Safra”. Os debates nas regiões Norte e Centro Oeste ocorrerão em Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), nos dias 6 e 8 de março, respectivamente. O encontro da região Nordeste está marcado para 15 de março, em Teixeira de Freitas (BA). As demandas da região Sudeste serão discutidas em São Paulo (SP), e do Matopiba em Balsas (MA), com as datas a serem divulgadas posteriormente. Todas as propostas consolidadas serão documentadas e entregues ao Ministério da Agricultura, bem como a outras autoridades do governo federal, contribuindo ativamente para a elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2024/2025.
Ceará Lidera Produção Nacional de Camarão pelo Quinto Ano Consecutivo
O Ceará se destaca como o principal produtor de camarão no Brasil, abrangendo impressionantes 54,1% da produção nacional, marcando o quinto ano consecutivo de crescimento nesse setor. Em 2022, a criação em cativeiro no estado atingiu a marca de 61,3 mil toneladas, representando um aumento de 9,1% em comparação com 2021, de acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município de Aracati, situado a 147,3 km de Fortaleza, destaca-se como o grande impulsionador, contribuindo com 12,7 mil toneladas, equivalente a 20,7% da produção estadual e 11,2% da produção nacional. O segundo lugar também é para o Ceará, com Jaguaruana (a 188,3 km da capital) figurando entre os principais produtores. A pesquisa revela uma notável concentração do cultivo de camarão nas terras cearenses, destacando a importância contínua do estado no cenário nacional desse setor. O crescimento consistente reforça a relevância econômica e produtiva do Ceará na indústria de aquicultura.
Desmistificando a Diferença entre Energias Alternativas e Energias Renováveis
O professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, esclareceu a diferença entre energias alternativas e renováveis, conceitos frequentemente utilizados de forma intercambiável. Segundo Caneppele, “as energias alternativas são aquelas que não dependem de combustíveis fósseis em sua geração, enquanto as energias renováveis são baseadas em fontes consideradas renováveis, ou seja, que não se esgotam facilmente”. Entre as fontes que se enquadram em ambos os conceitos estão a energia solar, eólica, hídrica, geotérmica e biocombustíveis. No entanto, o professor destaca uma exceção, a energia nuclear, que é considerada uma fonte alternativa, pois não utiliza combustíveis fósseis, mas não é renovável, uma vez que o urânio, seu principal insumo, leva anos para ser formado e pode se esgotar. Caneppele enfatiza a importância de compreender as diferenças entre esses conceitos para melhor entender as aplicações e limitações de cada fonte de energia. Ele ressalta que fatores como terreno, recursos e investimentos influenciam a lógica por trás de cada tipo de produção energética. Este conhecimento, segundo o professor, é crucial para orientar decisões informadas sobre o uso sustentável de recursos energéticos.
Rastreabilidade e Sustentabilidade: Desafios e Oportunidades para o Agronegócio Brasileiro
Durante a Abertura Nacional da Colheita da Soja, o senador Luis Carlos Heinze destacou a crescente importância da rastreabilidade e sustentabilidade na produção agropecuária, ressaltando a necessidade de garantir que produtos como soja, milho e carne brasileiros estejam livres de questões como desmatamento e violações de direitos humanos. Heinze enfatizou que a agricultura brasileira não é a principal responsável pelo aquecimento global, contrapondo a contribuição da China, Estados Unidos e União Europeia, maiores emissores mundiais. Ele defendeu a sustentabilidade da agricultura brasileira, destacando o rigoroso código florestal do país e a eficiência dos produtores rurais. “A Europa impõe restrições à agricultura brasileira, enquanto China e Índia, grandes emissores, não enfrentam medidas similares. Nós, no Brasil, na agropecuária, não somos os responsáveis pelo aquecimento global”, declarou o senador. Ao abordar a COP30 que será realizada no Brasil em 2024, Heinze destacou a oportunidade de o país mostrar ao mundo sua agricultura sustentável e defender seus interesses. Ele enfatizou a importância de informar as pessoas sobre a vitalidade da agropecuária, seja em celebrações locais ou nas escolhas cotidianas dos consumidores globais. “Ao aproveitar essa oportunidade, podemos dizer ao mundo o que o Brasil deseja, não apenas ser ditados por suas exigências. Devemos mostrar às pessoas, em todos os lugares, que a agropecuária está no centro da atenção, especialmente quando se trata de comida”, concluiu o senador.
Agro Brasileiro: Pilar do Crescimento Econômico com Desafios Ambientais
O setor agropecuário tem sido um motor essencial do crescimento econômico no Brasil, contribuindo significativamente para o desenvolvimento regional e aprimorando a qualidade de vida nas comunidades rurais. O PIB do Brasil registrou um crescimento notável de 2,9% em 2023, totalizando 10 trilhões e 900 bilhões de reais, superando as expectativas do governo e do mercado, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que experimentou um aumento de 15,1%, graças à super safra de grãos do ano anterior. Além de ser responsável por colocar alimentos na mesa, o agro desempenha um papel crucial no emprego, absorvendo cerca de 28 milhões de trabalhadores, representando mais de 26% da população ocupada. O Sistema Nacional de Fomento, ao disponibilizar recursos financeiros para as atividades agrícolas, desempenha um papel significativo nos investimentos do setor. A contribuição fundamental do setor é evidente na garantia de segurança alimentar para a população, aumentando a oferta de alimentos disponíveis no mercado. “Sem o agro, não haveria Brasil”, destaca Celso Pansera, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), ressaltando que o país exportou 166 bilhões e 55 milhões de dólares em produtos do agronegócio em 2023, representando 49% da pauta exportadora total. No entanto, o setor enfrenta desafios consideráveis, especialmente em relação às mudanças climáticas, que têm causado perdas significativas na agricultura. De acordo com uma pesquisa da UFRJ, essas perdas podem atingir 14 bilhões de dólares até 2070. Nesse contexto, Celso enfatiza a necessidade crucial de melhorar a relação entre produção agrícola e preservação ambiental. “A eficiência na produção agrícola gera alimentos, empregos, renda e contribui para o crescimento do PIB brasileiro. O cuidado com o meio ambiente é fundamental para manter o crescimento sustentável da agricultura e, assim, manter a economia do país também em uma crescente.”