Mesmo com um início gradual, a colheita de arroz teve início no Rio Grande do Sul na semana passada. Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que as atividades devem ganhar intensidade nas próximas semanas. No que se refere aos preços, eles continuam em declínio, e o indicador Cepea/Irga-RS retornou ao menor nível desde o início de novembro de 2023. O valor da saca de 50 kg para o arroz do tipo 1, 58/10, posto na indústria do Rio Grande do Sul, à vista, foi registrado em R$ 108,96 em 20 de fevereiro. Esse índice representa uma queda de 2,35% em relação ao dia anterior e uma diminuição de -10,49% no mês. O movimento de baixa é motivo de preocupação para alguns produtores, ao mesmo tempo em que contribui para uma postura mais cautelosa por parte dos compradores, que aguardam possíveis reduções nos preços nas próximas semanas. Além do início da safra, os pesquisadores do Cepea destacam que as dificuldades nas vendas do produto final também exercem pressão sobre os valores do cereal.
Condições Climáticas Favoráveis para a Safra de Café 2024/25: Expectativas e Desafios
O clima mais chuvoso nas regiões brasileiras tem proporcionado um ambiente propício para a realização dos tratos culturais relacionados ao café na safra 2024/25. Conforme apontam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o enchimento dos grãos está ocorrendo de maneira satisfatória até o momento. Segundo os agentes consultados pelo Cepea, caso o clima continue favorável, a previsão é que a colheita de alguns talhões de café arábica mais precoces se inicie entre o final de abril e o início de maio. O Cepea destaca, no entanto, que apesar do clima benéfico no momento, as ondas de calor no final de 2023 resultaram em um elevado índice de abortamentos e queda dos chumbinhos. Tais fatores podem impactar as previsões iniciais da produção da safra 2024/25.
Perspectivas Econômicas para o Brasil: Crescimento, Inflação e Taxa de Juros em Foco
De acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central na última quinta-feira (22), as projeções do mercado financeiro indicam um aumento na previsão de crescimento da economia brasileira para 2024, passando de 1,6% para 1,68%. Para os anos subsequentes (2025, 2026 e 2027), a expectativa é de um crescimento estável de 2%. No terceiro trimestre de 2023, o PIB apresentou um incremento de 0,1% em comparação com o segundo trimestre, resultando em uma alta acumulada de 3,2% entre janeiro e setembro de 2023. As estimativas também apontam que a cotação do dólar deve encerrar 2024 em R$ 4,93, com previsão de atingir R$ 5 até o final de 2025. No tocante à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 teve uma leve redução de 3,82% para 3,81%, permanecendo dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As projeções para 2025, 2026 e 2027 são de 3,52% para cada ano. O mercado financeiro projeta que a taxa básica de juros, a Selic, encerre 2024 em 9% ao ano, seguindo uma trajetória de queda que se estabiliza em 8,5% ao ano até 2027. A estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) prevê cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, mantendo uma postura contracionista para o processo desinflacionário. Esse cenário segue um ciclo de cortes iniciado após 12 elevações consecutivas da Selic de março de 2021 a agosto de 2022, quando atingiu 13,75% ao ano. Antes desse ciclo, a Selic estava em seu nível mais baixo, 2% ao ano, em resposta à pandemia de COVID-19. A taxa permaneceu nesse patamar de agosto de 2020 a março de 2021.
Análise do Mercado de Soja na Bolsa de Chicago: Tendências e Movimentações
Os contratos de soja em grão apresentaram ligeira alta durante as negociações da sessão eletrônica na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), operando de forma volátil entre territórios positivo e negativo. Uma recuperação por parte dos investidores, aliada a um cenário internacional de menor aversão ao risco, contribui para o avanço de Chicago. O aumento no preço do petróleo em Nova York, o desempenho positivo das bolsas de valores europeias e a desaceleração do dólar em relação a outras moedas correntes também influenciam esse movimento. Contudo, a perspectiva de ampla oferta global, impulsionada pelo progresso da colheita no Brasil e as condições climáticas favoráveis na América do Sul, exerce pressão sobre as cotações. Os contratos com vencimento em março estão sendo negociados a US$ 11,62 por bushel, apresentando uma alta de 1,25 centavo de dólar, equivalente a 0,10%, em comparação ao fechamento anterior. No dia anterior (21), a oleaginosa fechou com preços em baixa, influenciada pelo cenário fundamental que exerceu forte pressão sobre as cotações. As perdas se intensificaram no final da sessão, após previsões de chuvas nas regiões produtoras da Argentina, indicando condições favoráveis ao potencial produtivo. A entrada de uma safra abundante na América do Sul, somada às perspectivas iniciais de aumento na área a ser plantada nos Estados Unidos, cria uma expectativa de considerável disponibilidade. Os contratos da soja em grão com entrega em março encerraram com uma queda de 18,25 centavos de dólar, representando uma redução de 1,54%, atingindo US$ 11,60 3/4 por bushel. A posição maio teve uma cotação de US$ 11,65 por bushel, com perda de 18,50 centavos ou 1,56%.
Desafios Climáticos Afetam Qualidade das Lavouras na Argentina
De acordo com o Boletim Agrometeorológico mais recente divulgado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, datado desta semana, em 22 de fevereiro, uma preocupante redução na qualidade das lavouras do país está sendo observada. Especificamente, as lavouras de soja plantadas no final da janela de plantio estão enfrentando degradação na qualidade, sendo agora classificadas como de regulares a ruins. Essa tendência negativa é diretamente atribuída às altas temperaturas e à escassez de precipitações recentes, condições climáticas adversas que comprometem o desenvolvimento ideal das culturas. Quanto ao milho, o cereal está passando pelo período entre crescimento vegetativo (plantios tardios) e enchimento de grãos (plantios precoces). Em Santa Fé, as variedades plantadas mais cedo já estão maduras em várias áreas. Para a soja, o cultivo de primeira está entre a floração e o enchimento de grãos, enquanto o cultivo de segunda está principalmente entre o crescimento vegetativo e a floração, com áreas de Santa Fé e Córdoba avançando para o enchimento de grãos. Quanto ao girassol, o cultivo está entre a floração e o enchimento de grãos na maior parte da área plantada. Em Santa Fé, está maduro. Além disso, nas províncias de Corrientes, Chaco e Formosa, a colheita está muito avançada. Até o dia 22 de fevereiro, a colheita avançou em 19% das áreas (-81,4% abaixo da safra anterior).