- Os consumidores de Fortaleza já estão adquirindo os produtos tradicionais da Semana Santa, como pescados, pães e ovos de chocolate, impulsionando a economia local.
Estabelecimentos como o Mercado dos Peixes, no Mucuripe, esperam boas vendas neste período, com um aumento médio de 30%. Entretanto, diante do avanço da inflação no Brasil, os consumidores estão mais atentos aos preços. “Estamos pesquisando todos os itens. Os que estão com valor muito alto serão retirados da lista e substituídos”, afirma Vera Pereira, dona de casa.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), diversos itens da cesta de Páscoa estão mais caros este ano em comparação com o mesmo período de 2023. Destacam-se os segmentos de hortifrútis, proteínas e importados. Itens como couve (21,50%), batata-inglesa (18,43%), sardinha em conserva (16,44%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%), bacalhau (11,50%), pescados (mais de 8%) e ovos de chocolate (quase 10%) registraram aumento de preço.
Apesar das preocupações com os preços, Cláudia Santos, comerciante no Mercado dos Peixes, comemora o crescimento nas vendas. “Espero que o aumento seja em torno de 40%, pois as atividades econômicas já voltaram praticamente ao normal com a melhora da pandemia. Por conta da inflação no País, alguns produtos estão mais caros, mas, mesmo assim, estamos conseguindo vender bem aqui no mercado”, afirma.
O diretor financeiro do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrios-CE), Oziná Costa, confirma o movimento positivo do mercado nesta Semana Santa. “Os produtos importados estão muito caros, apesar da queda na cotação do dólar. Porém, entre os produtos nacionais, cavala, serra e tilápia estão com volume de venda muito bom, superando nossas expectativas”, observa.
Apesar das dificuldades financeiras ainda sentidas pelos consumidores, o mercado está satisfeito com o movimento durante este período. O economista Davi Azim, do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), ressalta que o aumento na demanda do consumidor pode pressionar a oferta e o preço dos produtos. “Nesta Semana Santa e Páscoa, o consumidor deverá ter um comportamento mais de acordo com a sua situação financeira, adequando os preços ao orçamento”, orienta.