A expressão “sem imigrantes, sem comida” resume bem o cenário atual do agronegócio dos Estados Unidos. A ofensiva de deportações afeta diretamente o setor agrícola, que depende fortemente da mão de obra imigrante.
Logo no início de junho, ações da Imigração e Alfândega (ICE) atingiram em cheio lavouras e frigoríficos, retirando dezenas de trabalhadores de seus postos. Essa movimentação alarmou empresários e líderes do agro americano, que temem prejuízos de até US$ 60 bilhões.
Além disso, a frase “sem imigrantes, sem comida” ganhou força ao se observar regiões como Califórnia, Nebraska, Dakota do Sul e Wisconsin. Nessas áreas, imigrantes, muitos deles sem documentação legal, representam mais de 70% da força de trabalho agrícola.
Impactos diretos na segurança alimentar
Por consequência, as batidas do ICE desestabilizam toda a cadeia produtiva de alimentos. Desde o plantio até o processamento, os imigrantes sustentam o agro dos EUA. Portanto, a deportação em massa ameaça diretamente a segurança alimentar da população americana.
Ainda assim, o governo federal segue com o plano de retirar 1 milhão de imigrantes. A comunidade rural, por sua vez, já sente os efeitos: medo, protestos e queda na produção.
Soluções travadas no Congresso
Por outro lado, propostas como o Farm Workforce Modernization Act poderiam legalizar imigrantes já inseridos no setor. Contudo, o projeto enfrenta forte resistência política. A ampliação do visto temporário H-2A também surge como solução emergencial, mas carece de estrutura.
Enquanto isso, empresas perdem funcionários e consumidores enfrentam inflação alimentar.
A urgência de uma resposta
Sem políticas migratórias coerentes, o agronegócio dos EUA caminha para o colapso. É hora de reconhecer: sem imigrantes, sem comida.