De acordo com a análise do Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o mercado do boi gordo tem apresentado um cenário de alta nos preços. A cotação atual da arroba está em R$ 257,05, com um aumento acumulado de 7,22% ao longo do mês, conforme dados fornecidos pelo Cepea. Um dos principais fatores para essa elevação é o tempo seco, que tem reduzido a oferta de animais prontos para o abate, o que pressiona os preços para cima.
No Paraná, uma das principais regiões produtoras de gado de corte do Brasil, a situação também é preocupante. O período de inverno, combinado com a falta de chuvas nas últimas semanas, comprometeu as pastagens, dificultando a recuperação do pasto e impactando diretamente a produção de gado. A escassez de chuvas tem agravado o cenário, o que, por sua vez, afeta a oferta de bovinos terminados, contribuindo ainda mais para a alta nos preços.
Além disso, o impacto da seca reflete-se também no mercado atacadista paranaense. Os preços das carnes bovinas, tanto do dianteiro quanto do traseiro, estão em crescimento. No encerramento de agosto, o valor médio do dianteiro foi de R$ 13,93 e o do traseiro, R$ 21,10, representando aumentos de 1,53% e 2,25% em comparação com o mês anterior. Contudo, a pesquisa mais recente realizada pelo Deral, entre os dias 9 e 13 de setembro, mostrou novos reajustes: o preço do dianteiro subiu para R$ 14,03, e o do traseiro para R$ 21,27, indicando uma tendência de continuidade da valorização desses cortes.
Esse cenário, portanto, reflete os efeitos combinados do clima desfavorável, da oferta limitada e da demanda do mercado, que seguem impulsionando os preços do boi gordo e das carnes bovinas no estado.