A escolha das sementes é um dos fatores mais estratégicos para o sucesso da safra.
Equipamentos de precisão, sementes de alto desempenho e seleção genética avançada, fruto de pesquisas científicas, estão cada vez mais inseridos na agricultura para aumentar a produtividade, reduzir perdas e diminuir a vulnerabilidade das lavouras a pragas. Dessa forma, a escolha das sementes se torna um dos elementos mais estratégicos na produção. Afinal, o sucesso da colheita começa no plantio, com insumos de qualidade elevada.
O uso de sementes geneticamente aprimoradas e de alta qualidade é o ponto de partida para o crescimento vigoroso das plantas. Charles Allan Telles, especialista em Sementes e coordenador de Produção na SEEDCORP|HO, destaca que as sementes de alto desempenho trazem lavouras mais homogêneas, resistentes e lucrativas. “A seleção da cultivar na fase de planejamento é essencial para o sucesso da colheita”, afirma Telles.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária indicam que lavouras com sementes de alta qualidade podem alcançar um aumento de produtividade entre 10% e 15%.
Para escolher as sementes, alguns fatores são cruciais:
- Qualidade fisiológica – Fundamental para o vigor inicial e desenvolvimento saudável das plantas, garantindo sementes com alta taxa de germinação.
- Qualidade física – Assegura pureza e uniformidade das sementes, eliminando contaminantes e partículas indesejadas.
- Qualidade sanitária – Garante que as sementes estejam livres de patógenos que possam comprometer a lavoura.
- Qualidade genética – Avalia características de resistência e adaptação ao ambiente, essenciais para o máximo desempenho da cultivar.
Segundo Telles, optar por sementes com essas qualidades representa uma “estratégia de segurança”, permitindo ao produtor lidar com a lavoura de forma mais estável, enfrentando pragas, doenças e variações climáticas. “Cada semente de soja, por exemplo, é uma unidade produtiva que oferece resistência a estresses ambientais e biológicos, atuando como um ‘seguro natural’ para o produtor.” Ele aponta que a qualidade das sementes pode contribuir com ganhos de produtividade entre 5% e 20% — um diferencial em um mercado cada vez mais competitivo e afetado pelas mudanças climáticas.
Outro ponto ressaltado por Telles é a importância da adaptação regional das sementes. Ele recomenda que os produtores selecionem cultivares compatíveis com o clima, tipo de solo e altitude da área de plantio. O tratamento industrial das sementes (TSI), com tecnologias que garantem uma camada de proteção adicional, e a plantabilidade, que envolve o posicionamento correto das sementes no solo, também são fatores essenciais para garantir uma germinação e desenvolvimento inicial de qualidade.
Além disso, garantir um transporte e armazenamento adequados é fundamental para preservar a qualidade das sementes até o plantio. Telles sugere armazená-las em locais com temperatura e umidade controladas, evitando perda de vigor.
Por fim, o especialista alerta que, embora o clima seja um fator incontrolável, ele é determinante para o desempenho das lavouras. Variáveis como umidade, temperatura e aeração do solo influenciam diretamente no sucesso das sementes. “Sementes de qualidade não representam custo, mas um investimento em valor”, finaliza Telles.