O Instituto CNA apresentou, na quinta (27), a nova Plataforma de Gestão de Protocolos Agritrace Produção de Valor, utilizada na gestão dos protocolos e na rastreabilidade dos produtos de origem animal. O projeto de Gestão de Protocolos visa agregar valor à produção dos pecuaristas pela certificação e rastreabilidade de seus produtos, oferecendo maior transparência aos elos das cadeias produtivas desde a origem na fazenda até a mesa do consumidor. Atualmente, conta com 22 protocolos homologados.
O novo sistema foi apresentado para as entidades detentoras destes protocolos, que passarão a utilizá-lo a partir de agora. Na abertura do encontro, o diretor-executivo adjunto do ICNA, Matheus Ferreira, destacou que esse projeto é um desafio e uma grande responsabilidade para o setor rural, sobretudo, com o trabalho, a prestação de serviço e a parceria com as entidades detentoras dos protocolos.
Ele também enfatizou que o projeto é uma prioridade para todo o Sistema CNA/Senar e ICNA. “Essa é uma determinação da casa, para tratar de rastreabilidade de forma transversal e abrangente. A ideia é a de que ao final dessa reunião saiamos com experiências e informações que possam agregar ao trabalho que estamos fazendo”, destacou Ferreira.
Para Matheus, mesmo falando em protocolos privados de adesão voluntária, existe um trabalho estruturado pelo Sistema CNA para garantir um maior número de animais identificados, com produto rastreado desde a sua origem até o consumidor.
Plataforma
Os assessores técnicos do ICNA, Luiz Felipe Ribeiro e Marina Zimmermann, conduziram os painéis e o debate com os participantes. Marina também apresentou ao grupo a nova identidade visual e posicionamento da marca Agritrace. O detalhamento das funcionalidades da nova plataforma foi apresentado pelo representante da empresa AGtrace, André Maltz Turkienicz, responsável pelo desenvolvimento técnico da ferramenta.
“A plataforma conta com um sistema de georreferenciamento, onde é possível, por exemplo, fazer controle de dados, números de produtores, número de propriedades, quantidade de frigoríficos, controle de abates. Tudo isso pode ser visualizado por estado. São muitas informações que podem ser utilizadas facilitando o controle de todo o processo de rastreabilidade”, destacou Turkienicz.
Após a apresentação, as detentoras de protocolos ligados à cadeia produtiva de bovinos, que participaram do projeto piloto, apresentaram suas impressões e compartilharam suas experiências com os demais participantes. A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu e a empresa FairFood, que apresentou o case da raça de suínos Duroc, trouxeram suas experiências com o programa de rastreabilidade genealógica.
“O nosso objetivo é ampliar a quantidade de protocolos homologados e gerenciados pelo ICNA, e atender outras cadeias produtivas. Já trabalhamos no setor do café, com Indicações Geográficas, e pretendemos expandir para outros setores como o mel e queijos, respeitando as suas particularidades”, disse Matheus.
O representante da Embrapa Gado de Corte, Filipe Simões Corrêa, falou sobre o novo protocolo Carne Baixo Carbono, avanços e expectativas para o futuro. O grupo também tratou dos desafios do setor no controle da falsificação de rótulos e selos, além dos desafios tecnológicos enfrentados pelos produtores rurais.
As entidades apresentaram as suas contribuições para o enfrentamento deste problema, que serão consolidadas e servirão de base para um material orientativo que irá auxiliar no combate à falsificação de rótulos e selos.
Participaram da reunião representantes da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), da Associação Brasileira dos Frigoríficos de Equídeos (ABIFE), da Certificação de Protocolos Agropecuários (Cerpro), da Associação Brasileira de Angus, da empresa PECBR, da NatCap Soluções Sustentáveis, do Programa de Rastreabilidade Individual e Monitoramento de Indiretos (PRIMI), além do coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco.
