A cidade de Fortaleza foi o centro das atenções da cotonicultura brasileira entre os dias 3 e 5 de setembro, durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). O evento, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), reuniu mais de 3 mil participantes, incluindo produtores, pesquisadores, investidores, agrônomos e outros especialistas do setor algodoeiro. Com uma programação voltada para inovação e intercâmbio de conhecimento, o congresso consolidou sua importância como o maior encontro da cadeia produtiva do algodão no Brasil.
Perspectivas globais e protagonismo brasileiro
Com o tema “O algodão brasileiro em foco: perspectivas do mercado internacional”, o evento destacou o papel de liderança do Brasil no cenário global. O país, terceiro maior produtor de algodão no mundo, alcançou uma posição de destaque ao se tornar o maior exportador mundial na safra 2023/2024. Segundo dados da Abrapa, o Brasil produziu aproximadamente 2,7 milhões de toneladas de pluma nessa safra, exportando cerca de 2,1 milhões de toneladas, consolidando sua força competitiva no mercado externo, especialmente para a Ásia e Europa.
Programação intensa e troca de conhecimento
O evento contou com a presença de 76 palestrantes, entre eles especialistas internacionais, divididos em 19 salas temáticas e seis workshops, que abordaram tópicos essenciais para o desenvolvimento da cotonicultura. As discussões envolveram áreas como entomologia, fitopatologia, nematologia, agronomia, qualidade de colheita, beneficiamento, sustentabilidade e fisiologia das culturas. Essas discussões têm sido fundamentais para o avanço da produtividade no campo, com foco em soluções tecnológicas e práticas sustentáveis que assegurem a competitividade brasileira.
Impacto econômico e inovação
A cotonicultura tem um peso significativo na economia agrícola brasileira, gerando mais de 200 mil empregos diretos e indiretos e movimentando cerca de R$ 16 bilhões por ano. Nos últimos anos, a incorporação de novas tecnologias, como agricultura de precisão, biotecnologia e técnicas de manejo sustentável, tem aumentado a produtividade em mais de 20% nas áreas cultivadas com algodão, de acordo com estudos apresentados no congresso.
A plenária máster, intitulada “Tendências em tecnologia e inovação”, foi um dos pontos altos do evento, reunindo importantes nomes do setor para discutir o futuro da produção de algodão. Especialistas destacaram o papel das inovações tecnológicas como fator-chave para a sustentabilidade e a eficiência no campo, abordando temas como a digitalização do agronegócio, automação de processos agrícolas e o uso de inteligência artificial para otimizar a gestão de propriedades rurais.
Expansão e fortalecimento do setor
Além das palestras e workshops, o congresso também funcionou como um importante espaço de negócios e networking. Investidores e empresas do setor aproveitaram a oportunidade para firmar parcerias estratégicas e explorar novos mercados. A expectativa é que, nos próximos anos, o Brasil continue expandindo sua participação no mercado global de algodão, impulsionado por políticas de incentivo e pela crescente adoção de tecnologias de ponta.
O 14º Congresso Brasileiro do Algodão reafirmou o papel do Brasil como um protagonista na produção e exportação de algodão, apontando caminhos promissores para o futuro da cadeia produtiva, tanto no mercado interno quanto no internacional.