O mercado brasileiro de biopesticidas testemunhou um crescimento notável nos últimos cinco anos, com uma taxa anual composta de crescimento de 45%, superando significativamente os pesticidas convencionais, que registraram uma taxa de 6%.
De acordo com o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente, a área tratada com controle biológico atingiu 70 milhões de hectares em 2022 no Brasil, refletindo um aumento espetacular. Esse crescimento é atribuído à facilidade de aplicação e aos custos acessíveis desses produtos.
Esses dados foram apresentados durante o Simpósio “Trichoderma: o mais importante agente de controle biológico de doenças de plantas”, realizado em parceria com várias instituições. Mais de 200 participantes compareceram ao evento, demonstrando o interesse e a importância do controle biológico na agricultura brasileira.
Paula Packer, chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, ressaltou a relevância do controle biológico para garantir a sustentabilidade da agricultura brasileira, destacando os esforços da empresa nesse campo ao longo dos anos.
Bettiol observou que, especificamente na cultura da soja, a área tratada com biopesticidas aumentou consideravelmente nos últimos anos, seguindo uma tendência semelhante em outras culturas. As previsões indicam que o mercado mundial de biopesticidas atingirá US$ 27,9 bilhões em 2028.
O aumento significativo no número de produtos registrados, passando de 26 em 2011 para 616 em 2023, reflete o crescente interesse e investimento nesse setor. A colaboração entre diferentes entidades, como o Fórum de Adequação Fitossanitária da Embrapa Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura, foi fundamental para impulsionar esse crescimento.
Lecio Kaneco, da empresa Ballagro, destacou a importância do Trichoderma em sua evolução no mercado, enquanto o professor Enrique Monte, da Universidade de Salamanca, enfatizou a adaptabilidade única desse organismo.
Para Sergio Mazaro, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a introdução eficaz do Trichoderma no sistema de manejo agrícola é fundamental para o controle de fitopatógenos do solo. Ele destacou os desafios associados ao uso racional e eficiente de produtos biológicos, ressaltando a importância de considerar diversos fatores para o sucesso no manejo agrícola.