De 18 a 24 de novembro, Tauá será palco da Festberro 2024, um evento que representa muito mais do que a tradição agropecuária do Ceará. Em sua 17ª edição, a feira reafirma a importância do Sertão como polo de produção e desenvolvimento, mas também expõe um ponto crucial: ainda há espaço – e necessidade – para ampliar sua relevância no cenário estadual e nacional.
Como colunista que acompanha de perto os bastidores do agro cearense, vejo a Festberro como um símbolo do que podemos conquistar quando tradição e inovação andam juntas. A exposição de animais, com R$ 160 mil em prêmios, destaca o esforço dos criadores em investir em genética e manejo de qualidade. A vaquejada, com R$ 40 mil em premiações, mantém viva uma cultura profundamente enraizada no Sertão. E o festival gastronômico, com pratos à base de carne de carneiro, é uma prova de que a culinária local tem o poder de atrair público e valorizar o trabalho no campo.
Mas o que torna a Festberro realmente estratégica são as rodadas de negócios e as capacitações técnicas, que têm o potencial de transformar o agro da região. É aqui que produtores encontram compradores, onde o conhecimento técnico é disseminado e onde novas ideias ganham vida. Não é exagero dizer que a Festberro pode ser um divisor de águas para o agro cearense.
Por outro lado, o impacto esperado de R$ 20 milhões em negócios é um reflexo positivo, mas também um alerta: estamos aproveitando todo o potencial deste evento? Apesar de sua importância, ainda falta um maior esforço coletivo para projetar a Festberro como um evento de referência nacional, que atraia mais investidores, destaque a sustentabilidade e amplie o alcance dos produtores locais.
Tauá e a região dos Inhamuns têm muito a mostrar, mas para isso é preciso olhar além do óbvio. A Festberro não é apenas um evento agropecuário; é uma oportunidade de reposicionar o Sertão como um protagonista no agronegócio cearense. Que a edição de 2024 seja não apenas a maior, mas também um passo concreto para expandir as fronteiras do que o agro cearense pode alcançar.
_________________________________________________________________________________
Esta coluna é escrita por Diego Trindade, sul-mato-grossense que escolheu o Ceará como sua casa. Diego atua conectando o agro e traz para você informações exclusivas sobre acordos, projetos e inovações que impulsionam o setor.