O relatório do Itaú BBA aponta que o agronegócio brasileiro em abril apresenta sinais positivos nas exportações, apesar da volatilidade nos preços e das mudanças climáticas em curso. A retomada das exportações, somada à transição do clima e à instabilidade internacional, influencia diretamente setores-chave como grãos, carnes e fibras.
Clima em transição impacta produção
Ao longo do mês de abril, o Brasil enfrentou chuvas abaixo da média em diversas regiões. No entanto, as condições para a segunda safra de milho permanecem favoráveis. Com a neutralidade climática no Pacífico, após o fim do La Niña, as previsões apontam volumes acima da média no Centro-Oeste e Sudeste. Essa transição climática ainda exige atenção, principalmente para o Rio Grande do Sul, onde a umidade do solo caiu.
Exportações impulsionam soja e carnes
A soja voltou a ganhar força nas exportações, com o Brasil registrando o maior volume para o mês de março da história. As margens de esmagamento favorecem as vendas, enquanto a China amplia estoques, preferindo o grão brasileiro. Já as exportações de carne bovina cresceram mais de 26%, com destaque para China, EUA e Chile. Os preços internos seguem firmes, sustentando o confinamento.
Setores enfrentam preços voláteis
Enquanto o farelo de soja recuou com a maior oferta global, o óleo de soja atingiu o maior volume exportado desde julho de 2024. O milho se recupera com apoio da Conab, que revisou a safrinha para 97,9 MM t. Já o trigo permanece com preços internos firmes, apesar da volatilidade internacional. O arroz e o café sofrem com tarifas e entressafra, enquanto o algodão, na entressafra, se valoriza com prêmios e projeções recordes.
Sustentabilidade e novas ameaças
Com a previsão de queda na safra de arábica e o risco de tarifas sobre o suco de laranja, o agronegócio brasileiro em abril segue atento às movimentações internacionais. A diversificação dos mercados e a sustentabilidade da produção são elementos centrais para manter a competitividade.