Setor agropecuário responde por 60% da matriz limpa nacional e se destaca na COP30 como pilar da transição energética
O agro e energia renovável caminham juntos para impulsionar a transição energética brasileira. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o setor agropecuário responde por 60% da energia renovável produzida no país, consolidando-se como um dos principais agentes da descarbonização da economia nacional.
O tema ganha relevância internacional com a COP30, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro. O evento discutirá o papel estratégico do agronegócio na geração de energia limpa e sustentável.
Biogás e biometano impulsionam o agro e energia renovável
No campo, o uso de biogás e biometano tem crescido rapidamente. Produzidos em biodigestores que processam dejetos de animais, esses combustíveis transformam resíduos em energia elétrica, térmica e combustível veicular.
O produtor rural Valdemir Martins, do Distrito Federal, investiu R$ 3 milhões em um sistema de geração própria. Em apenas cinco anos, o retorno financeiro foi alcançado com faturamento médio de R$ 50 mil mensais.
De acordo com a Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), o Brasil já possui mais de um milhão de plantas de biogás instaladas, a maioria em propriedades rurais. Para a presidente da entidade, Renata Isper, o agronegócio tem papel único nesse avanço:
“O investimento é essencial para a transição energética. O Brasil sai na frente, pois tem no agro uma força que não existe em outras regiões do mundo.”
Agro e energia renovável: biomassa, sol e vento gerando resultados
Além do biogás, o agro e energia renovável também avançam com o uso de biomassa, energia solar e energia eólica. A biomassa de cana-de-açúcar, o carvão vegetal e os resíduos da indústria de celulose seguem como as principais fontes de geração no campo.
Essa diversidade energética garante autossuficiência, reduz custos de produção e reforça o compromisso ambiental do produtor rural. O estudo da FGV mostra que o agro tem ampliado sua contribuição à matriz energética brasileira nas últimas quatro décadas.
COP30 reforça o papel do Brasil na transição energética global
Com a COP30, o Brasil apresentará ao mundo inovações que unem agricultura e sustentabilidade. Entre os destaques estão os tratores movidos a biometano e os veículos híbridos flex a etanol, que chegam ao mercado até dezembro deste ano.
“A indústria automotiva está comprometida em reduzir as emissões de carbono”, afirma Luiz Octávio, gerente de uma concessionária parceira do setor.
Esses avanços reforçam que o agro brasileiro não é apenas produtor de alimentos, mas também protagonista da energia renovável e da redução de emissões globais.






