Investimentos e eventos impulsionam novas fronteiras agrícolas no estado
O agro cearense vive um momento de expansão e consolidação de novas fronteiras agrícolas. Impulsionado por investimentos privados e apoio do governo estadual, o setor avança em três regiões estratégicas: Ibiapaba, Chapada do Apodi e Chapada do Araripe. Juntas, elas formam o novo mapa da produção agrícola do Ceará, com destaque para culturas como tomate, pimentão e algodão.
Ibiapaba: hortifruticultura em ascensão
Na Chapada da Ibiapaba, o futuro da agricultura passa pela construção de novos reservatórios de água, essenciais para o fortalecimento da hortifruticultura. A região já se destaca como polo produtor de tomate e pimentão colorido, além de apostar em berries de alto valor agregado, como morango, amora, framboesa e mirtilo.
O tema foi destaque durante a Coalizão Agro, realizada em Guaraciaba do Norte, que reuniu pesquisadores e grandes empresários do setor, entre eles Edson Trebeschi, maior produtor brasileiro de tomate. Segundo os participantes, a Ibiapaba é o local ideal para o cultivo protegido — sob estufas modernas, que já ocupam 600 hectares na região, superando, em qualidade, as de Almeria, na Espanha.
Durante o evento, o secretário executivo do Agronegócio da SDE, Sílvio Carlos Ribeiro, confirmou a chegada da empresa norte-americana Emcocal, que iniciará pesquisas sobre a adaptação de variedades de berries ao clima local.
Chapada do Apodi: tecnologia e algodão de qualidade
A Chapada do Apodi, no Oeste do estado, também vem se consolidando como uma das grandes promessas do agro cearense. A combinação de solo fértil e irrigação tem permitido o cultivo de soja, sorgo, palma forrageira e algodão. Fazendas como Nova Agro, de Raimundo Delfino, e Flor da Serra, de Luiz Girão, são exemplos do potencial produtivo e tecnológico da região.
Nesta semana, a Fazenda Nova Agro iniciou a colheita mecanizada de algodão, cuja qualidade foi comparada à do algodão egípcio pelo Laboratório Têxtil da FIEC. O resultado reforça o êxito do projeto Algodão do Ceará, uma parceria entre FAEC, FIEC e Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE).
Araripe: nova fronteira do agronegócio
No Sul do estado, a Chapada do Araripe atrai empresários do Matopiba (Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia) interessados nas condições favoráveis da região — altitude de 900 metros, solo fértil e clima ameno. O local já registra cultivos de soja e prepara o terreno para a próxima safra de algodão, consolidando-se como nova fronteira agrícola do Ceará.
ExpoCariri e o fortalecimento do agro
Outro destaque recente é a ExpoCariri 2025, que ocorrerá entre 30 de outubro e 1º de novembro em Barbalha, organizada pela FAEC, Sebrae e Governo do Estado. Realizada na Fazenda Experimental da Embrapa Algodão, a feira terá 170 estandes — o triplo da edição anterior — e reunirá empresas de diversos segmentos do agro.
A feira promete ser a principal vitrine da produção caririense, atraindo produtores dos 25 municípios da região e de estados vizinhos como Pernambuco, Paraíba e Piauí.
Segundo Amílcar Silveira, presidente da FAEC, o momento é de otimismo:
“O produtor rural do Ceará é, antes de tudo, um forte. Homens e mulheres dedicados a produzir alimentos de qualidade para todos. Isso ficará evidente na ExpoCariri 2025.”
Ceará se consolida como referência agrícola
Com investimentos em irrigação, inovação e eventos técnicos, o agro cearense demonstra força e resiliência. As novas fronteiras agrícolas mostram que o estado pode diversificar sua produção, aumentar exportações e atrair capital nacional e estrangeiro.
Além disso, o calendário do setor continua intenso. Entre 3 e 5 de novembro, o Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, sediará o XXXIV Congresso Brasileiro de Irrigação e Drenagem, reunindo especialistas e lideranças do agronegócio.
Com isso, o Ceará reforça seu papel como protagonista do agro nordestino, unindo tradição, tecnologia e sustentabilidade.








