A guerra ameaça agro brasileiro após a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, aumentando o risco geopolítico e a insegurança logística mundial.
Conflito e risco no Estreito de Ormuz
Antes de tudo, é importante compreender o impacto estratégico do Estreito de Ormuz. Cerca de 20% do petróleo global passa por essa rota, junto a fertilizantes e derivados.
Além disso, o Irã já ameaçou fechar esse canal marítimo. Caso isso ocorra, as rotas logísticas globais serão drasticamente alteradas, com efeito direto sobre o agro brasileiro.
Portanto, mesmo distante geograficamente, o Brasil depende do fluxo estável de combustíveis e fertilizantes que transitam pelo Oriente Médio.
Efeitos diretos para a agricultura nacional
A seguir, listamos quatro impactos imediatos causados por essa tensão:
1. Disruptura logística global
Com rotas mais longas, o transporte de fertilizantes encarece. O Brasil, grande importador, sentirá aumento nos fretes marítimos e atrasos na entrega de insumos.
2. Alta nos combustíveis e insumos
Como esperado, o preço do petróleo já começou a subir. Se Ormuz for bloqueado, o barril Brent pode ultrapassar US$ 100, elevando o custo do diesel.
Além disso, fertilizantes nitrogenados — como ureia — já registram aumento. Isso pressiona ainda mais o custo da produção agrícola.
3. Redução da margem do produtor
Como resultado, culturas como soja, milho e cana-de-açúcar, que dependem fortemente de adubos importados, sofrerão forte redução de margem de lucro.
4. Pressão cambial e inflação
Além disso, o real tende a desvalorizar com o aumento do risco global. Isso encarece importações e eleva a inflação no Brasil, prejudicando toda a cadeia produtiva.
O agro precisa reagir com planejamento
Diante desse cenário, o agro brasileiro precisa agir. Planejamento logístico e monitoramento cambial se tornam vitais para manter a competitividade em meio à crise.
Além disso, o governo precisa adotar medidas emergenciais. Garantir abastecimento interno e ampliar fontes alternativas de insumos serão essenciais nos próximos meses.
Por fim, o agro brasileiro, mesmo sendo um dos mais eficientes do mundo, mostra-se vulnerável à geopolítica. Agora, mais do que nunca, é hora de estratégia e união.