O Plano Clima brasileiro voltou ao centro das discussões nesta quarta-feira (22), durante o 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, em São Paulo. O tema mobilizou parlamentares e representantes do setor rural, que pedem ajustes antes da votação no Congresso. De acordo com os líderes do agro, o texto atual do Plano Clima brasileiro aumenta custos, impõe novas obrigações e cria mais restrições para quem vive do campo.
Setor rural questiona o Plano Clima brasileiro
Durante o congresso, a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina classificou o plano como um “desastre” para a agropecuária. Ela defendeu que o conteúdo passe pelo Congresso Nacional, garantindo análise técnica e transparência. Além disso, afirmou que o grupo articula um projeto de lei para submeter o Plano Clima brasileiro à revisão do Legislativo.
Segundo Tereza Cristina, decisões estratégicas sobre o clima e a produção precisam ser tomadas com equilíbrio e diálogo. “O que está colocado ali penaliza o setor produtivo. O Brasil não pode correr o risco de entregar decisões a grupos que prejudiquem o país”, enfatizou.
Ex-ministros defendem ajustes e diálogo
O ex-ministro Roberto Rodrigues também criticou a proposta atual. Para ele, o Plano Clima brasileiro atribui ao agronegócio responsabilidades que pertencem ao desmatamento ilegal, uma prática criminosa que não deve ser confundida com a produção sustentável.
De forma direta, Rodrigues afirmou que “o plano coloca nos ombros do agro emissões que pertencem a quem desmata, e não ao produtor que trabalha de forma regular”. Assim, ele defende que o governo corrija a metodologia e reconheça os avanços ambientais já realizados pelo setor.
Entidades do agro reforçam necessidade de equilíbrio
Desde agosto, entidades rurais articulam ajustes no texto. Elas afirmam que o agronegócio já faz parte das soluções ambientais, graças ao aumento da produtividade e à preservação de áreas nativas. Além disso, o governo sinalizou que pode revisar o documento antes da votação final, o que abre espaço para um diálogo mais construtivo.
Parlamentares também destacaram preocupações sobre os vetos presidenciais ao licenciamento ambiental. O tema segue em negociação, e o setor rural busca regras claras, com segurança jurídica e previsibilidade para quem investe e produz de forma regular.
Entre compromissos ambientais e produção sustentável
O debate sobre o Plano Clima brasileiro revela o desafio de equilibrar compromissos ambientais com as demandas do campo. Produtores rurais reforçam que, sem consenso, o plano pode prejudicar a economia e comprometer o abastecimento de alimentos.
Por outro lado, especialistas afirmam que políticas climáticas bem estruturadas podem impulsionar a sustentabilidade e abrir novos mercados para produtos de baixo carbono. Portanto, é essencial manter o diálogo entre governo e produtores, garantindo regras justas e aplicáveis.
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