Dois desses acordos têm alcance internacional, um com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e outro com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). Os demais selam novas parcerias com o Ministério da Fazenda, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste). A parceria com o Bird e a Corporação Financeira Internacional (IFC), ambos componentes do Grupo Banco Mundial (GBM), será oficializada por meio de um memorando de entendimento com vigência de cinco anos. O objetivo central é desenvolver projetos para um setor agroalimentar mais verde, resiliente e inclusivo, tanto no Brasil quanto em países em desenvolvimento, especialmente na África. Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, enfatiza que a parceria buscará identificar e explorar oportunidades de investimentos no agronegócio, promovendo workshops, conferências e seminários de treinamento, além de buscar colaboração técnica e financeira em outros países onde o Grupo Banco Mundial atue. Planos anuais serão elaborados de forma conjunta nos cinco anos de parceria, especificando áreas de colaboração e cooperação. Com a Jica, a Embrapa assinará um acordo de cooperação técnica para viabilizar, ao longo de três anos, as ações do projeto “Desenvolvimento colaborativo da agricultura de precisão e digital para o fortalecimento dos ecossistemas de inovação e a sustentabilidade do agro brasileiro”. Este projeto, estimado em US$ 10,6 milhões, contará com contribuições financeiras externas de US$ 5 milhões. A iniciativa se enquadra no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), que visa produzir alimentos e fibras de forma sustentável. O projeto tem como objetivo ampliar a transparência, a confiabilidade e a eficiência do processo produtivo brasileiro, promovendo uma gestão baseada em dados e ampliando a inovação e o uso da agricultura de precisão e digital.
CNA na Luta pela Defesa Comercial do Setor Lácteo Brasileiro
Guilherme Souza Dias, assessor da CNA, destacou os esforços da Confederação para caracterizar a prática de dumping na exportação de leite em pó da Argentina. Ele apontou que, em 2023, o país vizinho aplicou subsídios diretos à produção de leite, o que resultou em 55% do leite em pó importado pelo Brasil naquele ano, impactando negativamente a produção nacional e causando uma queda nos preços pagos aos produtores. Dias enfatizou que, dentre as opções de defesa comercial disponíveis, uma medida antidumping seria a mais viável no momento. Para isso, a CNA está reunindo dados e subsídios para comprovar a prática. A Confederação enviou ofícios aos seis Conselhos Paritários dos Produtores e Indústrias (Conseleite), à Associação Brasileira de Laticínios (Vivalácteos) e ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para caracterizar a produção brasileira de leite em pó. O assessor técnico ressaltou a importância do apoio das entidades do setor para subsidiar um estudo sobre o dumping e anunciou que o processo de investigação começará com a petição para habilitação da CNA como representante da indústria fragmentada, a ser apresentada na próxima semana ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ronei Volpi, presidente da câmara setorial e da Comissão de Bovinocultura de Leite da CNA, enfatizou a importância da pauta para a defesa do setor lácteo brasileiro e destacou a necessidade de uma atuação conjunta do setor para enfrentar os desafios enfrentados pela atividade. Além das questões de defesa comercial, a reunião também abordou medidas estruturantes para a cadeia do leite, incluindo o Observatório da Qualidade do Leite, que fornece informações importantes para a cadeia produtiva com base nos resultados das análises das amostras de leite cru refrigerado avaliadas pela Rede Brasileira de Laboratórios da Qualidade do Leite (RBQL) em todo o país. A CNA reconhece a importância dessa ferramenta para embasar políticas públicas e privadas voltadas para a melhoria da qualidade do leite nacional.
Faec Planeja Nova Missão à Califórnia com Participação de Federações de Outros Estados
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, está atualmente em uma missão técnica na Califórnia, EUA, acompanhado pelos presidentes das federações do Rio Grande do Norte, José Vieira, e do Distrito Federal, Fernando Ribeiro. Com o sucesso da atual viagem, eles têm planos de organizar uma nova expedição em 2025, desta vez incluindo representantes de federações de outros estados. A proposta é realizar um itinerário organizado pela Universidade da Califórnia em Davis, ampliando o escopo da visita para abranger mais aspectos da agricultura e pecuária na região. Na última terça-feira, a comitiva visitou a fazenda da Hilmar Cheese Company, principal produtora de queijo Cheddar dos EUA. Além disso, exploraram uma propriedade dedicada à produção e exportação de pistaches e amêndoas, e uma plantação de alcachofras irrigada com água de reúso. Essas experiências proporcionaram insights valiosos sobre as práticas agrícolas e tecnologias empregadas na Califórnia, oferecendo inspiração e conhecimento para os participantes. A inclusão de representantes de outras federações estaduais nesta iniciativa visa fortalecer os laços interinstitucionais e promover a troca de experiências entre os diversos atores do setor agropecuário brasileiro. Essas viagens técnicas são essenciais para fomentar o desenvolvimento do agronegócio, possibilitando a adaptação de boas práticas internacionais à realidade brasileira e impulsionando a inovação e a competitividade do setor.