O Tarifaço entre Brasil e Estados Unidos movimenta o cenário econômico e traz perspectivas positivas para setores estratégicos como máquinas e café. Após a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, representantes da indústria e do agronegócio brasileiro demonstram otimismo com possíveis avanços nas negociações comerciais.
Diálogo direto fortalece o setor de máquinas
Segundo José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a reunião representou um importante passo rumo à retomada da competitividade.
O Tarifaço entre Brasil e Estados Unidos elevou em 40% as tarifas sobre produtos brasileiros, prejudicando diretamente a exportação de equipamentos e máquinas industriais. Agora, a expectativa é que as tarifas retornem ao patamar anterior, de 10%.
Velloso destacou que a criação de um canal direto de negociação com autoridades próximas ao presidente norte-americano Donald Trump aumenta as chances de uma trégua tarifária. Além das tarifas, outros temas estratégicos foram incluídos na pauta, como o impacto das Big Techs, os minerais críticos e o cenário político na Venezuela.
Café brasileiro busca retomada no mercado americano
O setor cafeeiro também vê oportunidades com o novo momento diplomático. Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), afirmou que o mercado norte-americano é fundamental para os produtores brasileiros, especialmente nas exportações de cafés arábica, conilon e solúvel.
Segundo Ferreira, a manutenção das tarifas pode favorecer concorrentes internacionais e afastar o consumidor americano do perfil sensorial característico dos cafés brasileiros. Ele reforça que o Tarifaço entre Brasil e Estados Unidos deve ser solucionado para evitar a perda de espaço no mercado global.
Próximos passos das negociações comerciais
Para o setor industrial e agroexportador, o diálogo recente abre espaço para uma trégua temporária nas tarifas, permitindo que as negociações avancem com menos impacto econômico.
Velloso acredita que os Estados Unidos podem aceitar iniciar o processo com uma suspensão provisória das tarifas enquanto se constroem acordos que beneficiem ambos os países.
Além disso, o Cecafé aposta que o próximo encontro entre os presidentes Lula e Trump, previsto para ocorrer durante a viagem do Brasil à Ásia, poderá consolidar uma solução definitiva.
Enquanto isso, a entidade já confirmou uma nova reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para o dia 22 de outubro, buscando alinhar estratégias e reforçar a posição brasileira nas negociações.
Conclusão: oportunidades para o comércio bilateral
A possível revisão do Tarifaço entre Brasil e Estados Unidos representa mais que uma medida econômica — simboliza a retomada da confiança e do diálogo entre as duas maiores potências do continente.
Com a união entre indústria e agronegócio, o Brasil reforça sua posição de parceiro estratégico, apostando em acordos que promovam equilíbrio, competitividade e desenvolvimento sustentável.