Nova tarifa dos EUA impacta comércio do café brasileiro
A tarifa dos EUA sobre café brasileiro, imposta em 50% pelo governo Donald Trump, promete alterar profundamente a rota internacional do produto. O Brasil, maior exportador de café do mundo, é responsável por um terço do volume consumido nos Estados Unidos, movimentando US$ 4,4 bilhões em 12 meses.
China ganha protagonismo nas exportações
Ao mesmo tempo, o consumo de café cresce rapidamente na China. Jovens profissionais têm abandonado o chá tradicional em favor da cafeína. O Brasil exportou 538 mil sacas de café para a China somente no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Cecafé. Essa mudança de hábito impulsiona uma nova relação comercial entre os dois países, ambos membros dos BRICS.
Rotas indiretas e novas estratégias logísticas
Por consequência, exportadores brasileiros buscam alternativas logísticas para driblar a taxação. Enviar café para países intermediários antes dos EUA pode reduzir o impacto da tarifa para cerca de 15%, conforme análise de especialistas da AFEX Ltd.
Além disso, a União Europeia surge como destino relevante. Sem aplicar tarifas ao café brasileiro, o bloco europeu pode absorver parte da produção redirecionada.
Mercado americano sob pressão e custos elevados
Enquanto isso, importadores norte-americanos aceleram embarques antes do prazo de isenção, que termina em 6 de outubro. Após essa data, os custos sobem e a concorrência por grãos da América Central e da África aumenta. Isso tende a elevar os preços globalmente e impactar o abastecimento das cafeterias e torrefadoras dos EUA.
Cenário geopolítico influencia decisões comerciais
De forma estratégica, analistas interpretam a tarifa como resposta política de Trump à diplomacia brasileira. A exclusão do café da lista de isenções indica possível retaliação às relações entre Lula e seus opositores. A medida também afeta a confiança comercial entre os países.
Brasil ajusta sua liderança no mercado global
Apesar do cenário, o Brasil continua fortalecido no setor. O redirecionamento para a China e União Europeia reforça a liderança brasileira no fornecimento global de café verde. Novas rotas surgem como oportunidade de reposicionamento internacional.