Mercado de Trigo no Sul do Brasil: Um Panorama de Lentidão

Mercado de Trigo no Sul do Brasil: Comercialização Travada e Desafios Regionais

Segundo a TF Agroeconômica, o mercado de trigo nos estados do Sul do Brasil enfrenta uma comercialização praticamente paralisada. Vendedores e compradores mantêm posturas cautelosas, com negociações lentas em meio a uma combinação de baixa demanda e dificuldades de precificação.

Rio Grande do Sul: Oferta externa e estoques locais pesam sobre o mercado

No Rio Grande do Sul, a presença de trigo argentino no porto de Rio Grande reforça a lentidão nas negociações. A comercialização para retirada em dezembro e janeiro segue extremamente travada, com vendedores próximos ao porto ou com acesso a logística ferroviária buscando liquidez no canal de trigo padrão moagem. Estima-se que as vendas alcancem 520 mil toneladas, enquanto as indicações de compradores permanecem não firmes, girando em torno de R$ 1.300,00 por tonelada na Serra para embarques entre janeiro e fevereiro, com pagamento em março.

Já os moinhos no centro do estado indicam valores mais baixos, próximos a R$ 1.250,00. Apesar disso, ainda há 1,845 milhão de toneladas disponíveis, volume que não cobre integralmente a demanda local e de outros estados.

Santa Catarina: Demanda fraca por farinhas paralisa negociações

Em Santa Catarina, a falta de demanda por farinhas mantém o mercado de trigo em ritmo lento. Moinhos indicam valores de R$ 1.350,00 CIF para trigo diferido, mas os vendedores, à espera de preços mais elevados, negociam de forma cautelosa. A dificuldade em equilibrar o preço da farinha com os custos da matéria-prima contribui para essa paralisação, embora ambas as partes reconheçam uma possível tendência de alta no médio prazo.

Paraná: Preços recuam, mas custos ainda desafiam o mercado

No Paraná, os preços do trigo recuaram cerca de R$ 3,00 por saca, mas ainda permitem uma margem de lucro de 3,66% devido à queda nos custos de produção. Moinhos indicam valores entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00, dependendo da localização, mas enfrentam resistência dos vendedores, que preferem focar em negociações para janeiro e fevereiro.

Além disso, o trigo gaúcho, ofertado a R$ 1.250,00 FOB, tem sido considerado caro pelos moinhos paranaenses quando somados os custos de frete e ICMS, o que contribui para a estagnação do mercado na região.

O cenário nos três estados evidencia um mercado pressionado por fatores internos e externos, com vendedores e compradores aguardando melhores condições para avançar nas negociações.

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