O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma variação de 0,13% em setembro, apresentando uma leve desaceleração em relação à taxa de agosto, que foi de 0,19%. Essa diferença de 0,06 ponto percentual (p.p.) reflete um enfraquecimento no ritmo de aumento dos preços monitorados pelo índice.
Já o IPCA-E, que corresponde ao IPCA-15 acumulado ao longo de três meses, chegou a 0,62%, superando a taxa de 0,56% observada no mesmo período de 2023. Esse dado revela um cenário inflacionário um pouco mais pressionado no comparativo trimestral.
No acumulado do ano de 2024, o IPCA-15 já registra um aumento de 3,15%. Olhando para os últimos 12 meses, a taxa chegou a 4,12%, uma queda em comparação aos 4,35% observados nos 12 meses anteriores, o que indica uma ligeira desaceleração no aumento geral dos preços. Em setembro de 2023, o índice havia sido de 0,35%, ou seja, o índice atual reflete um crescimento mais moderado na comparação anual.
Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados, sete apresentaram alta em setembro. O grupo Habitação teve a maior variação, com aumento de 0,50%, contribuindo com 0,08 p.p. para o índice geral. No grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso no IPCA-15, os preços subiram 0,05% (impacto de 0,01 p.p.), revertendo dois meses consecutivos de queda. As demais variações dos grupos de produtos oscilaram entre a queda de 0,08% observada em Transportes e o aumento de 0,32% em Saúde e Cuidados Pessoais.
O destaque no grupo Habitação (0,50%) foi o aumento no preço da energia elétrica residencial, que passou de uma queda de 0,42% em agosto para uma alta de 0,84% em setembro. Essa variação se deve, principalmente, à vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que entrou em vigor no dia 1º de setembro. Além disso, foram aplicados reajustes regionais, como a redução de 2,75% nas tarifas em Belém (-2,52%) a partir de 7 de agosto, e um reajuste médio de 0,06% em uma das concessionárias de Porto Alegre (2,81%) a partir de 19 de agosto.
Ainda no grupo Habitação, houve um aumento de 0,38% na taxa de água e esgoto, decorrente de reajustes como a redução de 0,61% em São Paulo (-0,15%), válida a partir de 23 de julho; aumento de 5,81% em Salvador (3,02%), em vigor desde 1º de agosto; e reajuste de 8,05% em Fortaleza (5,23%), aplicado a partir de 5 de agosto. O subitem gás encanado (0,19%) também apresentou elevação, impulsionado por um reajuste de 2,77% no Rio de Janeiro (1,43%), em vigor desde 1º de agosto, e pela alteração na estrutura de faixas de consumo em Curitiba (-2,01%), também a partir de agosto.
No grupo de Transportes, que registrou queda de 0,08%, a maior influência foi da gasolina, cujo preço caiu 0,66%, representando um impacto de -0,03 p.p. Outros combustíveis, como o etanol, também tiveram redução de preço (-1,22%), enquanto o gás veicular (2,94%) e o óleo diesel (0,18%) subiram. Por outro lado, as passagens aéreas tiveram um aumento expressivo de 4,51%, impactando o índice geral em 0,03 p.p.
O IPCA-15 é calculado com base nos preços coletados entre 16 de agosto e 13 de setembro de 2024, sendo comparado aos preços vigentes entre 16 de julho e 14 de agosto do mesmo ano. O índice considera o consumo de famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos, abrangendo as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e o município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, com a diferença principal sendo o período de coleta e a abrangência geográfica.