A princípio, as importações de soja pela China atingiram um recorde histórico em agosto, confirmando a força da demanda do maior comprador mundial da oleaginosa. Segundo dados da Administração Geral de Alfândega, o país importou 12,28 milhões de toneladas no mês, superando a previsão inicial de 11 milhões.
Portanto, o resultado também superou as 12,14 milhões de toneladas registradas em agosto de 2024. O movimento refletiu compras adicionais de esmagadores chineses diante da ausência de avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos.
Importações de soja crescem em 2025
Além do recorde mensal, os dados acumulados reforçam a tendência de crescimento. Nos primeiros oito meses de 2025, a China adquiriu 73,31 milhões de toneladas de soja.
Consequentemente, o volume foi 4% maior em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com julho, agosto registrou crescimento de 5,2%, demonstrando ritmo aquecido mesmo em momento sazonal de queda.
Brasil fortalece liderança global
Nesse cenário, o Brasil aparece como grande beneficiado. Estimativas da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) apontam que os embarques de setembro podem atingir 6,75 milhões de toneladas.
Assim, o volume previsto supera as 5,16 milhões de toneladas exportadas em setembro de 2024. O desempenho consolida o Brasil como principal fornecedor mundial de soja e amplia sua importância no mercado chinês.
América do Sul amplia participação
Além do Brasil, Argentina e Uruguai ganharam espaço no fornecimento de soja para a China. Traders projetam que processadores chineses podem comprar até 10 milhões de toneladas adicionais desses países na safra 2025/26.
Dessa forma, os Estados Unidos correm risco de perder bilhões em receitas. Até o momento, nenhuma compra relevante foi registrada para o período da safra norte-americana entre setembro e janeiro.
Perspectivas para o mercado internacional
Segundo especialistas, a falta de progresso nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos pode gerar preocupações com a oferta global. Esse cenário deve sustentar preços internacionais da oleaginosa.
Logo, os resultados de agosto confirmam a posição estratégica da América do Sul como fornecedora essencial. A consolidação da região cria novas oportunidades para produtores e fortalece a presença dos exportadores no comércio agrícola mundial.