A exportação de carne brasileira ao Japão pode entrar em nova fase. No entanto, a decisão do país asiático de restringir a importação aos estados do Sul causou polêmica.
Sul do Brasil lidera início das exportações
Inicialmente, o Japão permitirá a exportação apenas do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Esses estados já tinham o status de livres de febre aftosa sem vacinação antes do reconhecimento nacional.
Além disso, segundo dados da Abrafrigo, esses três estados respondem por menos de 4% da exportação de carne nacional. Em contrapartida, Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pará somaram 60% das exportações em 2023. Juntos, enviaram 1,72 milhão de toneladas ao exterior.
Negociações com o Japão são antigas
Desde o início dos anos 2000, o Brasil tenta acessar o mercado japonês. A visita do presidente Lula ao Japão, em março, reacendeu a pauta. Já em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.
Apesar do avanço sanitário, o Japão optou por uma abordagem regionalizada. Um memorando oficial, publicado após visita técnica em junho, citou apenas “a parte sul da República Federativa do Brasil”.
Setor reage à exclusão dos grandes produtores
Representantes da cadeia produtiva receberam a notícia com surpresa. Paulo Mustefaga, presidente da Abrafrigo, afirmou que a decisão foi inesperada. Ainda assim, o setor mantém a expectativa de que outros estados sejam incluídos em breve.
Avaliação japonesa ainda está em andamento
Mesmo com o reconhecimento da OMSA, o Japão mantém sua própria análise de risco sanitário. A conclusão do processo não tem data definida.
Oportunidade estratégica para o Brasil
A exportação de carne ao Japão representa muito mais que negócios. O país asiático é altamente exigente quanto à qualidade, sanidade e rastreabilidade.
Por isso, conquistar esse mercado fortalece a imagem do Brasil como fornecedor confiável. Além disso, ajuda a mitigar os impactos de barreiras impostas por outros países, como os Estados Unidos.