Após a apuração do primeiro turno, a disputa pela prefeitura de Fortaleza ficou ainda mais acirrada, e para o agronegócio cearense, os próximos passos serão decisivos. André Fernandes chega ao segundo turno com uma vantagem significativa, aglutinando 40,2% dos votos válidos, enquanto Evandro Leitão segue na disputa com 34,3%. A diferença de quase seis pontos percentuais coloca Fernandes em uma posição estratégica, especialmente considerando o apoio que ele vem ganhando entre os setores produtivos, incluindo o agro.
Para o setor agropecuário, que é responsável por 13% do PIB estadual e tem na capital seu maior mercado consumidor, o resultado dessas eleições poderá impactar diretamente o ritmo de crescimento e a viabilidade de novos projetos. Com suas propostas de desburocratização, incentivos fiscais e melhorias na infraestrutura logística, Fernandes tem conquistado a simpatia de muitos empresários do agronegócio, que veem nele uma chance real de promover o desenvolvimento sustentável do setor.
Fortaleza, como maior mercado consumidor do Ceará, tem papel fundamental no escoamento da produção rural, sendo responsável por quase 50% do consumo de produtos agropecuários do estado. Não é exagero dizer que a capital cearense é o motor que faz o agro girar. Nesse sentido, um gestor que entenda – ou esteja aberto – as necessidades de integração entre o campo e a cidade é crucial para garantir que o setor continue a prosperar.
A vantagem de Fernandes no primeiro turno reflete o descontentamento de uma parcela significativa do eleitorado com a atual gestão e seu modelo de governança, que muitos no agro consideram excessivamente intervencionista e burocrático. O candidato de direita propõe um caminho diferente, prometendo reduzir o peso do estado sobre os negócios e facilitar o crescimento econômico por meio de políticas mais liberais e pró-mercado.
Evandro Leitão, com 34,3% dos votos, representa a continuidade, algo que traz preocupações para o setor. Seu histórico de políticas mais intervencionistas e seu foco em projetos de caráter mais centralizado geram receio entre os produtores rurais, que temem novas dificuldades para a expansão de suas atividades. Apesar disso, ele ainda conta com forte apoio entre setores urbanos e de serviços, o que torna a disputa do segundo turno um desafio complexo para ambos os lados.
Agora, mais do que nunca, o agronegócio cearense precisa de clareza e planejamento estratégico. O próximo prefeito de Fortaleza terá em suas mãos a possibilidade de destravar ou sufocar o desenvolvimento de um setor que já enfrenta inúmeros desafios naturais e logísticos. André Fernandes, com sua vantagem no primeiro turno, parece ser o candidato que mais se aproxima das demandas do agro, mas sua capacidade de implementar as promessas ainda precisa ser testada.
O agro cearense não pode mais ser deixado de lado nas discussões sobre o futuro de Fortaleza. Se a capital não se alinha com o campo, ambos perdem. E neste momento crítico, a escolha que o eleitor fizer nas urnas poderá determinar o rumo do setor pelos próximos anos.
Esta coluna é escrita por Diego Trindade, sul-mato-grossense que escolheu o Ceará como sua casa. Diego atua conectando o agro e traz para você informações exclusivas sobre acordos, projetos e inovações que impulsionam o setor.