A ausência dos EUA na COP30 preocupa líderes e pode comprometer o avanço de pautas essenciais, como o financiamento climático. O evento ocorrerá em Belém, no Pará.
Para o especialista Marcelo Brito, o cenário geopolítico atual cria um impasse global. Segundo ele, a falta de consenso e a ausência dos EUA inviabilizam decisões relevantes, como novas metas para o fundo climático.
Impasse global dificulta avanços na COP30
De acordo com Brito, sem os EUA na mesa, as negociações não avançam. A COP30 tende a não repetir feitos históricos como o Acordo de Paris.
Além disso, o modelo da ONU exige consenso. Portanto, a oposição de uma única nação paralisa qualquer decisão, especialmente quando se trata de financiamento climático.
COP30 deve focar em implementação
Diante das limitações, a COP30 deve se concentrar na execução de compromissos já assumidos. A conferência dará destaque à transição energética, preservação da floresta e transformação da agricultura.
Ainda assim, países como China e União Europeia mantêm-se abertos ao diálogo. Isso pode permitir avanços parciais mesmo sem os EUA.
Agronegócio pode liderar soluções
Marcelo Brito também destacou o papel do setor privado na agenda climática. Hoje, o agronegócio brasileiro já capta 70% de seus recursos fora do governo.
Por isso, o setor pode protagonizar iniciativas de financiamento e descarbonização. A COP30 será uma vitrine para isso, segundo Brito.
Nesse sentido, o agronegócio é visto como “uma caixinha de soluções”. Com inovação e responsabilidade, o Brasil pode atrair investimentos verdes e liderar o desenvolvimento sustentável.
Imagem internacional do Brasil é positiva
Durante a Semana do Clima de Londres, Brito afirmou que o Brasil foi bem recebido. A comunidade internacional reconhece o potencial do país para combater o desmatamento e promover agricultura regenerativa.
Com isso, a COP30 se torna uma oportunidade estratégica. Mesmo com o impasse global, o Brasil pode consolidar sua liderança na agenda climática mundial.