Crise alimentar global se aproxima silenciosamente
Antes de tudo, é preciso compreender que o colapso do sistema alimentar global já está em curso. Choques climáticos, distorções no crédito e falhas nos seguros expõem riscos profundos. Embora subestimados por muitos mercados, esses fatores formam a base de uma possível crise financeira global.
Mudanças climáticas reduzem produtividade
Além disso, estudos recentes da Nature apontam que o aumento de temperatura pode reduzir em até 35% a produção global de milho, trigo e soja. Essas culturas sustentam a segurança alimentar e afetam diretamente o controle da inflação. A redução nos rendimentos causa escassez, aumenta os preços e pressiona os bancos centrais a elevarem juros.
Sistemas financeiros ignoram sinais
Consequentemente, mesmo com impactos evidentes, o sistema financeiro trata o colapso do sistema alimentar como um problema periférico. Ferramentas como o Custo Social do Carbono não refletem a complexidade do risco atual.
Seguros falham em mitigar perdas agrícolas
Do mesmo modo, o setor de seguros sinaliza o esgotamento de sua capacidade de cobrir riscos climáticos. Relatórios de 2025 indicam que até 80% das perdas agrícolas na Europa não possuem cobertura.
Crédito agrícola sob ameaça crescente
Além disso, a inadimplência de produtores pode desencadear falências em cascata entre bancos locais. Países com forte dependência do agronegócio ficam mais vulneráveis a crises fiscais e cambiais.
Governança ineficaz intensifica o risco
Por fim, há uma enorme lacuna institucional. Governos, bancos e investidores não reconhecem o sistema alimentar como infraestrutura estratégica. Essa negligência pode custar caro.