China confirma adesão ao fundo florestal proposto pelo Brasil
A princípio, o governo chinês confirmou que vai investir no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa criada pelo Brasil para financiar a preservação ambiental global.
O ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, declarou ao ministro Fernando Haddad que considera o fundo relevante e que o país pretende colaborar.
Essa confirmação ocorreu durante a reunião de ministros de finanças do BRICS, no Rio de Janeiro. O Brasil considerou a fala do ministro chinês como uma sinalização concreta de apoio.
Brasil busca apoio de países emergentes
O governo brasileiro estruturou o TFFF fora das negociações climáticas formais. Dessa forma, permitiu que países emergentes possam contribuir voluntariamente, sem obrigações legais como as dos países desenvolvidos.
O Brasil já iniciou conversas com Emirados Árabes, Catar, Arábia Saudita, Cingapura e também com nações europeias como Alemanha, França, Reino Unido e Noruega.
As autoridades brasileiras querem captar inicialmente US$ 25 bilhões em recursos públicos e, em seguida, atrair até US$ 100 bilhões do setor privado.
Fundo oferecerá retorno financeiro e impacto ambiental
Os organizadores do TFFF desenharam o fundo para oferecer grau de investimento AAA. Eles aplicarão os recursos em bonds de mercados emergentes com rendimento médio de 8% ao ano.
O fundo pagará entre 3% e 4% aos investidores. A diferença será destinada à preservação de florestas tropicais, com média de US$ 4 por hectare protegido.
Esse modelo assegura que os investidores obtenham retorno financeiro compatível com o mercado, enquanto direcionam parte do lucro para ações ambientais.
Proposta brasileira enfrenta impasses do financiamento climático
O governo brasileiro propôs o TFFF como alternativa à disputa sobre responsabilidades financeiras entre países ricos e emergentes nas negociações climáticas.
Ao permitir que países como a China contribuam sem obrigações legais, o Brasil abre espaço para uma nova lógica de cooperação climática.
Essa proposta responde à crescente demanda por investimentos sustentáveis com critérios ESG e bônus ético, sem comprometer a rentabilidade.