Casca de ovo e manipueira unidos pela energia limpa
O uso de casca de ovo como aditivo na digestão da manipueira tem gerado avanços significativos na produção de biogás renovável. A combinação desses resíduos, comuns no Nordeste, pode transformar o descarte agrícola em uma fonte valiosa de energia e fertilizantes.
Logo no início da pesquisa, conduzida pela doutora Ianny Andrade Cruz, foi possível observar o potencial energético da manipueira — subproduto da mandioca — quando aliada à casca de ovo.
Como a casca de ovo contribui para o biogás?
Além disso, o cálcio da casca de ovo estabiliza o processo de digestão anaeróbia, otimizando a produção de metano. Isso reduz falhas no sistema e aumenta a geração de biogás.
Por consequência, esse biogás pode ser usado como combustível, reduzindo o uso de fontes poluentes e oferecendo mais independência energética para o produtor rural.
Durante a pesquisa, parte desenvolvida no Canadá, também foi monitorado o digestato, resíduo pós-processo com potencial uso como fertilizante.
Quais desafios o digestato ainda enfrenta?
Contudo, testes com sementes de alface indicaram uma leve toxicidade. Isso exige ajustes no tempo de residência ou pós-tratamento do digestato antes do uso agrícola.
Mesmo assim, os resultados apontam para um avanço promissor em direção à economia circular. A proposta é transformar um problema ambiental em solução energética e fonte de renda rural.
Portanto, o estudo reforça o papel estratégico da inovação na agricultura familiar do Nordeste, que gera muitos resíduos com alto potencial de reaproveitamento.
O futuro da energia renovável começa no campo
Com o apoio de instituições como a Universidade Tiradentes e a Universidade de Sherbrooke, a iniciativa mostra que o conhecimento científico pode transformar realidades locais.
Em resumo, a união entre casca de ovo, manipueira e tecnologia pode beneficiar o meio ambiente, a economia e o social — pilares da sustentabilidade no campo.