A café solúvel brasileiro registrou retração significativa nas exportações para os Estados Unidos em agosto de 2025. Conforme dados da Abics, a redução chegou a 60%. O principal motivo foi a tarifa de 50% imposta pelo governo Donald Trump. Apesar da queda, a receita cambial do setor continua em alta e pode alcançar recorde histórico neste ano.
Café solúvel enfrenta barreiras comerciais
De acordo com a Abics, os embarques de café solúvel para os EUA somaram apenas 26,46 mil sacas de 60 kg em agosto. Esse volume representou queda de 59,9% em comparação a 2024 e recuo de 50,1% frente a julho de 2025. Além disso, outros mercados também aplicaram tarifas sobre o produto brasileiro, ampliando os desafios.
Exportações em 2025 mantêm relevância global
Ainda assim, entre janeiro e agosto, o Brasil exportou 2,508 milhões de sacas de café solúvel para 88 países. O volume foi 3,9% menor que em 2024. Entretanto, a receita cambial subiu 33% e alcançou US$ 760,8 milhões. Segundo projeções da Abics, o setor deve superar US$ 1 bilhão em 2025, ultrapassando o recorde de US$ 950 milhões em 2024.
Estados Unidos continuam líderes de compra
Embora a participação tenha diminuído, os Estados Unidos seguiram como principal destino do café solúvel brasileiro, com 443,1 mil sacas importadas até agosto. Esse total representou queda de 3,7% frente ao ano anterior. Logo em seguida, a Argentina registrou crescimento expressivo de 88,3%, enquanto a Rússia apresentou aumento de 16,8%. Países produtores como Colômbia, Vietnã e Malásia também surgiram entre os 15 maiores compradores.
Mercado interno de café solúvel cresce
Além das exportações, o consumo doméstico manteve tendência positiva. Entre janeiro e agosto, os brasileiros consumiram 17,6 mil toneladas, equivalentes a 763,6 mil sacas. Esse número foi 4,7% superior ao de 2024. O segmento freeze dried avançou 11,3%, enquanto o spray dried registrou crescimento de 3,9%. O consumo de produtos importados subiu 30,7%.
Indústria aposta em inovação
Portanto, a indústria nacional investe em inovação e qualidade para atender ao consumidor interno. A diversidade de produtos e a praticidade do café solúvel estimulam a demanda. Além disso, o preço competitivo reforça a acessibilidade, mesmo diante dos custos elevados do mercado cafeeiro.
Abics passa por mudança de liderança
Por fim, a Abics anunciou mudança no comando. Bruno Giestas, diretor comercial da Realcafé, assumiu interinamente a presidência após a aposentadoria de Fabio Sato. Ele destacou que o desafio imediato será enfrentar as barreiras comerciais impostas pelos EUA. O setor espera que negociações bilaterais possam reverter parte dos efeitos da taxação e preservar a competitividade brasileira.