Café e cacau isentos de tarifas nos Estados Unidos pode se tornar realidade em acordos comerciais. A proposta, defendida pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, foi divulgada nesta terça-feira (29). Segundo ele, Donald Trump concordou em aplicar tarifa zero a produtos que não são cultivados em território americano.
Nesse sentido, café e cacau se destacam como recursos naturais tropicais essenciais para o consumo norte-americano. Como os EUA não produzem essas commodities, elas poderiam entrar sem taxação caso o país produtor firme acordo com os americanos.
Produtos tropicais fora das tarifas
Durante entrevista à CNBC, Lutnick citou o exemplo da Indonésia. O país firmou acordo que garante zero tarifa para recursos naturais não cultivados nos EUA. O documento inclui produtos como manga, abacaxi, cortiça, café e cacau.
Além disso, o tratado publicado pela Casa Branca prevê que certas commodities, ausentes na produção doméstica, tenham alíquota reduzida ou isenção total. Esse tipo de acordo já contempla a União Europeia e pode ser expandido.
Brasil ainda aguarda posição
Embora o Brasil forneça um terço do café consumido nos EUA, o país ainda não tem acordo formal nos mesmos moldes. Lutnick evitou comentar sobre isenção para nações que ainda não firmaram tratados bilaterais com os americanos.
Enquanto isso, a possível aplicação de tarifa de 50% a partir de agosto ameaça a competitividade do café brasileiro. A medida tem motivação política, já que Trump criticou o tratamento judicial aplicado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Expectativas para o setor cafeeiro
Diante do cenário incerto, representantes do agronegócio brasileiro esperam articulações diplomáticas para garantir isenção. O café é estratégico para a economia nacional e abastece o maior mercado consumidor do mundo.
Por isso, a exclusão de café e cacau das tarifas pode reduzir impactos econômicos e preservar a balança comercial brasileira.