O café do jacu se destaca no cenário internacional. Enquanto as tarifas dos Estados Unidos afetam a maioria dos cafés especiais brasileiros, essa bebida única mantém espaço no mercado.
Café do jacu escapa das tarifas
Atualmente, o setor cafeeiro enfrenta forte impacto. Em agosto de 2025, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 50% sobre o café brasileiro. Esse aumento derrubou em quase 70% as exportações de cafés especiais para o mercado americano. Entretanto, o café do jacu não sofreu perdas.
Consequentemente, produtores brasileiros descobriram uma vantagem. Como o grão não possui grande aceitação nos Estados Unidos, o foco já estava voltado para consumidores da Europa, Ásia e Brasil.
Produção diferenciada agrega valor
Além disso, o café do jacu apresenta um processo produtivo singular. A ave nativa da Mata Atlântica ingere os grãos maduros, que passam por seu sistema digestivo. Durante a digestão, os grãos absorvem características de frutas e adquirem notas aromáticas únicas.
Dessa forma, o resultado encanta especialistas. O café oferece acidez equilibrada, aroma floral e sabor refinado, comparável ao Kopi Luwak da Indonésia. A Fazenda Camocim, no Espírito Santo, transformou esse processo natural em um negócio sustentável.
Exclusividade garante preço elevado
Por consequência, o café do jacu alcançou valores impressionantes. O quilo pode custar até US$ 1.300, posicionando-se entre os cafés mais caros do mundo. Essa exclusividade atrai consumidores de nicho, especialmente japoneses, britânicos e árabes.
Assim, a escassez e a singularidade reforçam o valor agregado do produto. Diferentemente de outros cafés, a história por trás do processo encanta e gera curiosidade nos consumidores internacionais.
Setor de cafés especiais sofre perdas
Entretanto, outros produtores de cafés especiais não tiveram a mesma sorte. Dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais indicam queda brusca nas exportações para os Estados Unidos. Em agosto, o volume despencou em relação a julho.
Portanto, a dependência do mercado americano tornou-se um risco evidente. Os altos custos somados às tarifas pressionaram margens e reduziram a competitividade.
Futuro do café especial brasileiro
No entanto, o café do jacu mostra caminhos alternativos. A diversificação dos mercados e a valorização da exclusividade podem abrir novas oportunidades. Consumidores asiáticos e europeus demonstram crescente interesse por bebidas diferenciadas.
Dessa maneira, o setor cafeeiro brasileiro pode se reposicionar. A busca por novos mercados reduz a dependência dos Estados Unidos e fortalece a imagem de produto premium.
Finalmente, a resiliência do café do jacu comprova que inovação e diferenciação são estratégias eficazes. O exemplo inspira produtores a expandirem fronteiras e explorarem novos públicos.