A produção agropecuária no Brasil está projetada para crescer de forma consistente nos próximos dez anos, conforme indica o estudo Projeções do Agronegócio 2023/2024 a 2033/2034, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com o suporte da Embrapa. Esse crescimento inclui tanto os grãos, como soja, milho safrinha, arroz, feijão e trigo, quanto as culturas perenes, como café, cacau e frutas.
O estudo prevê uma expansão de 15,5% na área plantada, que deverá alcançar 92,2 milhões de hectares em 2034. Esse crescimento será amplamente impulsionado pelo aumento da produtividade. Silvio Farnese, diretor de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, ressalta que o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, que oferece crédito para regeneração de terras pouco produtivas, será fundamental para essa expansão.
A soja permanecerá como a principal cultura agrícola, com uma produção projetada de 199,4 milhões de toneladas — um aumento de 52 milhões de toneladas. O milho, especialmente o cultivado na safrinha, deverá crescer 32,3%, atingindo 153,1 milhões de toneladas, beneficiado pela prática de plantio em sucessão com a soja.
O arroz, por sua vez, deverá aumentar sua área plantada em 20,3%, atingindo uma produção de 13,7 milhões de toneladas, suficiente para suprir o mercado interno e possibilitar exportações de até 1,3 milhão de toneladas. O trigo e o feijão também devem expandir, com acréscimos de 18,4% e 38,1% em suas áreas de cultivo, respectivamente.
O crescimento na produção de grãos terá impacto direto na produção de proteínas animais, aumentando a demanda por milho e farelo de soja — ingredientes essenciais na alimentação animal. Com isso, a produção de carne de frango deverá crescer 28,4%, enquanto a de suínos e bovinos subirá 27,5% e 10,2%, respectivamente.
O Mapa projeta que o Brasil exportará 24,7 milhões de toneladas de proteínas até 2034, consolidando-se como um dos maiores exportadores de carne do mundo, impulsionado por novos acordos comerciais e a expansão de mercados já estabelecidos.
Entre as culturas perenes, o café terá destaque, com produção estimada em 72 milhões de sacas, um crescimento de 31,9%. O consumo interno deverá chegar a 27 milhões de sacas, enquanto as exportações alcançarão 45 milhões, reforçando a liderança do Brasil no mercado global. O estudo do Mapa sugere que o avanço do setor será sustentado por práticas sustentáveis e inovações tecnológicas, favorecendo a produtividade ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente.