Tomate, pimentão, algodão e eventos impulsionam o agro cearense
O agro cearense vive um momento de expansão e consolidação. Na Ibiapaba, no Cariri e na Chapada do Apodi, investimentos privados, apoiados pelo governo, fazem crescer as novas fronteiras agrícolas do Ceará. Com incentivos estruturais e empresariais, o setor tem se tornado referência em produtividade, tecnologia e inovação.
Três novas fronteiras agrícolas do Ceará
Há três regiões em destaque no agro cearense. A primeira é a Chapada da Ibiapaba, que pode avançar ainda mais com a construção de um açude de grande porte ou um conjunto de pequenas barragens. Assim, essas obras garantiriam o abastecimento das cidades e impulsionariam a hortifruticultura local.
Além disso, a segunda fronteira está na Chapada do Apodi, onde a fertilidade do solo permite o cultivo de soja, algodão, sorgo e palma forrageira. Como exemplo, duas fazendas — Nova Agro, de Raimundo Delfino, e Flor da Serra, de Luiz Girão — demonstram o potencial produtivo da região.
Por outro lado, a terceira fronteira é a Chapada do Araripe, no sul do estado. Empresários vindos do Matopiba — região que abrange Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia — estão investindo na área, atraídos pela altitude de 900 metros e pelo clima favorável. Dessa forma, o foco é o cultivo de soja e, em breve, o algodão, dentro do projeto Algodão do Ceará, uma iniciativa da FAEC, FIEC e do Governo do Estado, por meio da Secretaria Executiva do Agronegócio.
Coalizão Agro e novos investimentos
Na semana passada, Guaraciaba do Norte sediou a Coalizão Agro, iniciativa que substitui o Agro Innovation. O evento reuniu pesquisadores e grandes empresários nacionais da hortifruticultura, como Edson Trebeschi, maior produtor brasileiro de tomate, que possui fazenda em Ubajara.
Durante o encontro, especialistas reforçaram duas certezas: a Ibiapaba é ideal para o cultivo de tomate, pimentão colorido e berries — como framboesa, amora, morango e mirtilo — além disso, novos investimentos, inclusive estrangeiros, estão a caminho. O secretário executivo do agronegócio, Sílvio Carlos Ribeiro, confirmou que a empresa norte-americana Emcocal iniciará pesquisas na região para adaptar variedades de berries ao clima local.
Consequentemente, essas frutas de alto valor agregado devem fortalecer ainda mais o agro cearense, ampliando exportações e diversificando a produção regional.
Cultivo protegido e tecnologia agrícola
Enquanto isso, especialistas também destacaram que o sucesso da hortifruticultura depende do cultivo protegido, com uso de estufas modernas. A Trebeschi e a Itaueira Agropecuária são exemplos de empresas que já adotam essa prática.
Segundo Inácio Parente, presidente do Sindicato Rural de Ubajara, as estufas da Ibiapaba têm qualidade superior às de Almería, na Espanha, onde o cultivo protegido cobre 100 mil hectares. Atualmente, a Ibiapaba já conta com 600 hectares sob estufas.
ExpoCariri 2025 e o fortalecimento do agro
Além disso, nesta semana, a agenda do agro cearense segue intensa. A Fazenda Nova Agro inicia a colheita mecanizada de algodão, reconhecido pelo Laboratório Têxtil da FIEC por sua qualidade comparável ao algodão egípcio.
Logo depois, entre 30 de outubro e 1º de novembro, em Barbalha, ocorre a ExpoCariri 2025, promovida pela FAEC, Sebrae e Governo do Estado.
A feira será realizada na Fazenda Experimental da Embrapa Algodão e contará com 170 estandes, o triplo da edição anterior. Portanto, o evento é hoje a principal vitrine do produtor rural do Cariri, atraindo visitantes de mais de 25 municípios e dos estados vizinhos do Piauí, Pernambuco e Paraíba.
Projeções otimistas para o futuro
O presidente da FAEC, Amílcar Silveira, destaca que o produtor rural do Ceará é “antes de tudo, um forte”. Além disso, ele ressalta que homens e mulheres do campo seguem comprometidos com a produção de alimentos de qualidade e com o desenvolvimento regional.
Por fim, encerrando o calendário, Fortaleza sediará, de 3 a 5 de novembro, o XXXIV Congresso Brasileiro de Irrigação e Drenagem, no Centro de Eventos do Ceará, consolidando o estado como polo de conhecimento técnico e inovação agrícola.
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