Embrapa lidera avanço da agricultura espacial brasileira
A agricultura espacial brasileira dá um novo passo com a recente missão da Blue Origin. No dia 14 de abril de 2025, sementes de grão-de-bico e mudas de batata-doce seguiram para o espaço em um voo suborbital. A bordo da missão NS-31, plantas brasileiras foram submetidas à microgravidade por cinco minutos.
Além disso, a ação marca a entrada oficial da Embrapa em um projeto de pesquisa global. Em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a iniciativa busca desenvolver sistemas agrícolas capazes de produzir alimentos fora da Terra.
Ainda mais, foco em cultivares adaptadas ao espaço
As cultivares escolhidas foram a batata-doce Beauregard e Covington e o grão-de-bico BRS Aleppo. Esses alimentos possuem alto valor nutricional e são adaptáveis a ambientes extremos. Portanto, tornam-se ideais para missões espaciais e regiões com escassez hídrica.
Segundo a pesquisadora Larissa Vendrame, a batata-doce contém antioxidantes e betacaroteno, essenciais para a saúde em ambientes com alta radiação. Já o pesquisador Fábio Suinaga destaca que o grão-de-bico BRS Aleppo possui porte reduzido e alto teor proteico.
Por consequência, mais inovação também na Terra
Os experimentos realizados fora da Terra beneficiam também os cultivos brasileiros. As descobertas podem acelerar o melhoramento genético de espécies agrícolas adaptadas a regiões semiáridas. Esse é o caso das lavouras do Nordeste, onde a água é um recurso escasso.
Assim, além de contribuir com missões espaciais, a agricultura espacial brasileira oferece soluções aplicáveis ao agronegócio nacional. Isso inclui uso de inteligência artificial, cultivos indoor e novas variedades resilientes ao clima extremo.
Em resumo, ciência nacional em destaque global
A Rede Space Farming Brazil, coordenada pela Embrapa e AEB, lidera esse movimento. Hoje, reúne mais de 50 pesquisadores de 22 instituições. O grupo atua no desenvolvimento de cultivares, sistemas de irrigação e ferramentas para ambientes sem solo ou com regolitos lunares e marcianos.
Por fim, a agricultura no espaço deixa de ser apenas ficção científica. Com tecnologia nacional e ciência aplicada, o Brasil se posiciona na vanguarda de uma nova era agrícola.