No último encontro presencial do EPROCE, realizado no dia 22 de novembro na sede da FAEC, além da interação entre os Produtores Rurais, tivemos uma explanação das atividades do Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL realizadas em 2024 e as ações projetadas para 2025 apresentadas pelo presidente Amílcar Silveira.
Após décadas de desprestígio pelo governo estadual em gestões sequenciais, quando todas as atenções foram direcionadas para a industrialização e o turismo, finalmente os Produtores Rurais estão retomando o protagonismo das ações. Esse movimento foi iniciado em 18 de janeiro de 2019 com o primeiro encontro do EPROCE. Crescendo gradualmente a cada reunião mensal, fortalecendo sem a intervenção estatal.
Estamos observando que nos encontros mensais não temos a costumeira presença de políticos com mandatos vigentes no Executivo e no Legislativo. Eventualmente algum aparece, notadamente para objetivos pessoais, não por compromisso com os Produtores Rurais.
Porém estamos avançando, garimpando e qualificando boas lideranças. Saberemos escolher e eleger nossos legítimos representantes, inclusive para o Legislativo e o Executivo. Pois estamos cientes que não existe categoria forte sem representantes verdadeiramente empenhados e comprometidos. O que padecemos atualmente nas esferas estadual e federal.
Hoje nossas ações não dependem da boa vontade de gestores públicos. Tanto que as Câmeras Setoriais ligadas ao AGRO foram rebaixadas para Câmeras Temáticas no governo do agrônomo Camilo Santana. Enfraquecidas mais ainda no final de seu governo, e eliminadas por completo no atual governo de Elmano Freitas. Porém não houve prejuízo para os Produtores Rurais do Ceará, pois as demandas são levadas e debatidas no EPROCE e as ações são realizadas institucionalmente pela FAEC.
Uma longa caminhada pela frente. Entretanto, há muitos avanços conquistados. E o mais importante, sem a dependência da máquina pública que vicia e acomoda, seja pelo assistencialismo, seja pelo fisiologismo.
Cito como ilustração a alforria para os prognósticos da quadra chuvosa. Outrora dependente de um órgão estadual que nesse ano promoveu prejuízos elevadíssimos para os Produtores Rurais que insistiram em acreditar nas previsões pautadas pela metodologia adotada.
Escutando os Produtores Rurais, a FAEC trouxe um trio de meteorologistas respeitados nacionalmente. Afirmando que teremos bons índices pluviométricos.
Os antigos sertanejos, outrora desprovidos de distrações tecnológicas, diariamente faziam a leitura da natureza no ambiente que habitavam. Escutando dos mais antigos a leitura repassada dos antepassados. Sabedoria milenar somente desprezada pela arrogância acadêmica que torna o conhecimento limitado e rasteiro ao que foi escrito em alguns livros por algumas poucas décadas.
A ciência nada mais é que observação com tabulação. O cientista genuíno sendo um inquieto, sempre questionando as verdades na busca do avanço.Por isso os Produtores Rurais seguirão escutando cientistas (conhecimento teórico) e sertanejos (conhecimento empírico). Porém não mais esperando nada da atual classe política. Pois unidos, estamos retomando as rédeas de nossos destinos. Honrando nossos antepassados, não condenando nossos descendentes.
Estamos avançando!
Esta coluna é escrita por Alexandre Fontelles, articulador de desenvolvimento do EPROCE.
22 de junho de 2024