Tarifas dos EUA preocupam mercado de café
Durante setembro de 2025, a Conab alertou para impacto das tarifas dos EUA no mercado de café. O governo norte-americano impôs taxa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café.
Portanto, o aviso da Companhia Nacional de Abastecimento reforça o risco de alta nos preços globais, já que os estoques estão nos níveis mais baixos em 25 anos.
EUA dependem do café brasileiro
Atualmente, os Estados Unidos são o maior consumidor de café do mundo. O Brasil, por outro lado, ocupa posição de maior produtor e exportador. Essa relação gera forte dependência.
Além disso, em 2024, o café brasileiro representava 33% do mercado americano. O impacto da tarifa, portanto, afeta diretamente a indústria, torrefadores e importadores dos EUA.
Preços globais tendem a subir
Segundo a Conab, os Estados Unidos terão dificuldade para substituir o café brasileiro por outros fornecedores. A concorrência da Europa e de países asiáticos deve pressionar ainda mais a demanda.
Consequentemente, os futuros de café em Nova York já registraram aumentos recentes, impulsionados pelas tarifas e pela queda da oferta.
Safra brasileira revisada pela Conab
Nesta atualização, a Conab reduziu a previsão da safra de 2025 para 55,2 milhões de sacas de 60 kg. A estimativa anterior era de 55,7 milhões.
No entanto, mesmo em ciclo de baixa bienalidade do arábica, houve recuperação de produtividade. A produção foi impulsionada principalmente pelo recorde de grãos canéforas (conilon/robusta).
Produção de arábica sofre queda
De acordo com a Conab, a safra de arábica deve totalizar 35,1 milhões de sacas, abaixo das 37 milhões previstas em maio. A queda anual é de 11,2%.
Além disso, a estatal destacou que o clima adverso em 2024 prejudicou tanto a colheita quanto o potencial produtivo. Muitas áreas passaram por podas drásticas para recuperar lavouras.
Consultorias privadas projetam números maiores
Embora a Conab seja referência oficial, consultorias privadas projetam safra maior. A StoneX estimou 62,3 milhões de sacas em agosto. A Safras & Mercado elevou para 63,35 milhões.
Mesmo assim, a estatal observa que os cafezais em formação cresceram 11,9% em 2025, reflexo dos preços rentáveis que incentivam novos investimentos na cultura.
Perspectivas para os próximos meses
Portanto, a combinação entre tarifas dos EUA, estoques reduzidos e queda de produção deve manter os preços internacionais elevados. Importadores americanos enfrentarão maior competição global.
Assim, produtores brasileiros tendem a se beneficiar com valores mais altos, embora o acesso ao mercado americano fique comprometido pelas barreiras impostas.










