A divulgação mais recente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) confirmou que preços dos alimentos caem e que a inflação subiu menos que o esperado em julho de 2025. Segundo o IBGE, o índice avançou 0,26% no mês, abaixo da projeção de 0,37% e levemente acima da alta de 0,24% registrada em junho.
Além disso, no acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,23%, inferior aos 5,35% do período anterior. A pesquisa Focus indicou revisões para baixo nas expectativas por 11 semanas consecutivas, reforçando um cenário de alívio gradual nos índices de preços.
Queda nos alimentos impulsiona resultado
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas registrou recuo de 0,26% no período, contribuindo com impacto negativo de 0,06 p.p. no IPCA. A redução foi puxada pelo café e pelas proteínas, que caíram mesmo sem influência direta da política tarifária de Donald Trump.
Além disso, o café caiu 1,01% em julho, marcando a primeira baixa em mais de um ano e meio, embora ainda acumule alta de 41,46% no ano. As proteínas também apresentaram retração, fortalecendo a tendência de alívio nos preços dos alimentos.
Energia elétrica continua pressionando
Entretanto, o grupo Habitação apresentou alta de 0,91% em julho, com impacto de 0,12 p.p. no índice. A energia elétrica residencial acumula alta de 10,18% no ano, sendo a maior pressão individual sobre a inflação acumulada.
Ainda assim, economistas destacam que a valorização cambial e a desaceleração em bens industrializados contribuíram para conter a alta geral. Alexandre Maluf, da XP, observou comportamento benigno em todos os grupos de preços livres, incluindo serviços.
Perspectivas para os próximos meses
Portanto, com os preços dos alimentos em queda, a expectativa é de que o IPCA de 2025 feche abaixo do projetado no início do ano, ainda que acima da meta do Banco Central. Segundo Carla Argenta, da CM Capital, o movimento favorável nos serviços menos voláteis reforça a possibilidade de cortes na taxa Selic caso a desaceleração se mantenha.
Assim, o cenário abre espaço para um ciclo de inflação controlada, sustentado por fatores internos, e para discussões sobre estímulos econômicos.