Tarifaço americano ameaça agro brasileiro e pode causar colapso comercial
Embora enfraquecido, o tarifaço americano ameaça agro brasileiro e entra em vigor nesta quarta-feira (6). A medida imposta por Donald Trump atinge 3,8 mil produtos, inclusive do agronegócio.
Conforme os dados do Ministério da Agricultura, o impacto recai sobre um setor que exportou US$ 81,7 bilhões aos EUA na última década. Em 2024, o volume alcançou US$ 12 bilhões — um recorde.
Crescimento recorde em risco com a nova tarifa de 50%
Enquanto o agro brasileiro celebra um salto de 93% nas exportações aos EUA entre 2015 e 2024, o novo cenário impõe barreiras pesadas. A tarifa de 50% ameaça inviabilizar negócios consolidados.
Mesmo com a exclusão de 694 itens, como castanhas e fertilizantes, o restante da pauta — sucos, carnes, produtos florestais — continua exposto ao risco comercial.
Produtos florestais lideram perdas previstas
Segundo estimativas da CNA, o setor florestal pode sofrer perdas significativas. Em dez anos, movimentou US$ 29 bilhões e representou 36% das exportações do agro aos EUA.
Com tarifas elevadas, o Brasil pode perder espaço para países como Canadá e Suécia, que já disputam esse mercado. A competitividade brasileira, construída com décadas de investimento sustentável, está sob ameaça.
Carnes, café e suco de laranja também estão na mira
Enquanto o setor de carnes cresceu 386% na década, agora enfrenta retração. O café, que subiu 137%, também deve perder força. Já o suco de laranja, após recuperação consistente, poderá regredir.
Brasil busca alternativas e prepara resposta à OMC
Diante desse cenário, o governo Lula articula medidas emergenciais. A estratégia inclui o acionamento da OMC e a busca por novos mercados.
Embora o momento exija urgência, o país ainda possui margem para reagir. A resposta determinará se essa ruptura será pontual ou marcará uma mudança duradoura na geopolítica do agro.