Juros altos no Plano Safra geram reação imediata do setor agropecuário brasileiro. O anúncio do Plano Safra 2025/26, feito pelo governo federal, bateu recorde de volume: R$ 605,2 bilhões. No entanto, o aumento nas taxas de juros entre 1,5 e 2 pontos percentuais gerou fortes críticas de lideranças do agro.
Logo no primeiro dia de julho, o setor foi surpreendido com o que está sendo chamado de o Plano Safra mais caro da história. Para muitos, o montante é significativo, mas insuficiente diante do cenário econômico atual.
Setor reage ao crédito mais caro
Além disso, parlamentares e representantes de entidades agropecuárias afirmam que os juros altos no Plano Safra encarecem o crédito e dificultam novos investimentos. Pedro Lupion, da Frente Parlamentar da Agropecuária, afirmou que o custo extra será de R$ 58 bilhões para os produtores.
Enquanto isso, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, destacou o esforço para manter os juros abaixo da taxa Selic, atualmente em 15%. Ainda assim, os valores assustaram representantes do agronegócio empresarial.
Investimentos travados e seguro rural ausente
Consequentemente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um esvaziamento das linhas de investimento. A ausência de novos recursos para o seguro rural também preocupa. Segundo Bruno Lucchi, da CNA, o congelamento de R$ 435 milhões afeta diretamente a segurança financeira do produtor.
Agroecologia e sustentabilidade ganham espaço
Por outro lado, o plano inclui avanços em práticas sustentáveis. O destaque vai para o Pronaf B Agroecologia, que oferece crédito com juros de apenas 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40%.
Da mesma forma, o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) foi bem recebido. Ele incentiva o uso de insumos biológicos e tecnologias com menor impacto ambiental.
Equilíbrio entre incentivo e realidade
Por fim, embora o volume de recursos seja recorde, os juros altos no Plano Safra levantam dúvidas sobre sua eficácia prática. O governo promete apoio, mas o setor quer mais equilíbrio entre incentivo e viabilidade econômica.