Lallemand projeta crescimento no Brasil com biotecnologia do etanol
A biotecnologia do etanol está no centro da estratégia da Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS) para acelerar seu crescimento no Brasil. A multinacional canadense investiu US$ 100 milhões no país, visando ampliar a produção e a eficiência do etanol, especialmente por meio do uso de superleveduras.
Atualmente, a empresa já detém 40% do mercado de biotecnologia no etanol de milho e 20% no etanol de cana. A meta é dobrar esse índice nos próximos anos. Esse avanço será impulsionado pelo programa nacional “Combustível do Futuro”, que propõe elevar a mistura de etanol na gasolina de 22% para até 35%.
Além disso, o uso de biotecnologia do etanol deve permitir um ganho de até 6% na produtividade das usinas, sem elevar os custos ambientais.
Superleveduras transformam a produção de etanol
Por isso, empresas como Raízen, BP Bioenergy e Atvos já utilizam as soluções da LBDS. As leveduras geneticamente modificadas aceleram a fermentação e aumentam o rendimento sem alterar a qualidade final do combustível.
Em especial, os estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul concentram o maior número de biorrefinarias de milho. Contudo, outras regiões estão ganhando protagonismo. Há 21 novas usinas planejadas em São Paulo, Bahia, Paraná, Tocantins e Rio Grande do Sul.
Etanol 2G e inovação sustentável
Enquanto isso, a empresa também aposta no etanol de segunda geração (2G), feito a partir de resíduos agrícolas. A expectativa é atingir 12 bilhões de litros até 2030.
Além disso, a LBDS já desenvolve uma tecnologia inédita para o 2G, com lançamento previsto para os próximos anos. Esse avanço promete transformar a matriz energética do Brasil de forma mais limpa e eficiente.
Perspectivas para o mercado brasileiro
Segundo a Conab, a produção de etanol de milho deve crescer 25% em 2024/25. Em contraste, o etanol de cana deve recuar 5%, devido ao clima.
Consequentemente, o país precisará compensar essa queda com mais eficiência. A biotecnologia do etanol surge como solução-chave para ampliar a produção sem aumentar a emissão de carbono.
A LBDS estima que suas soluções podem gerar até 544 milhões de litros adicionais por safra, alinhando produtividade e sustentabilidade