A CNA manifestou-se contra falsas acusações que questionavam a qualidade e a sustentabilidade dos produtos brasileiros.
O setor agrícola brasileiro celebrou o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, fechado na última sexta-feira e que aguardava a ratificação pelos seus membros, mas alertou para o risco do protecionismo.
A diretora de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Sueme Mori, destacou que o acordo foi uma “boa notícia” para o setor agropecuário brasileiro e para o país como um todo, representando “um marco” devido à rede limitada de acordos comerciais do Mercosul até então.
Contudo, Mori alertou que, na época, surgiram “falsas acusações” questionando a qualidade e a sustentabilidade dos alimentos produzidos no Brasil. Para ela, isso era “prova do aumento do protecionismo no comércio internacional”.
“Era necessário garantir que as medidas protecionistas não afetassem o que foi negociado ao longo daqueles anos”, afirmou Mori em um vídeo institucional.
A representante da CNA ressaltou que o Brasil era “o maior exportador líquido de alimentos do mundo, o que comprovava a competitividade e a sustentabilidade” da produção brasileira.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também comemorou a conclusão do acordo, que foi anunciado durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, afirmou que o acordo “abria novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais favoráveis que as cotas existentes na época”.
O pacto estabelecia uma nova cota de exportação de carne de frango, totalizando 180 mil toneladas com tarifa zero para embarques à União Europeia, a ser compartilhada pelos países membros do Mercosul em um período de seis anos, conforme detalhado pela ABPA.
Além disso, previa-se uma cota para a carne de porco, com um total de 25 mil toneladas, seguindo o mesmo sistema gradual de seis anos, mas com uma tarifa de 83 euros por tonelada.
Entre janeiro e novembro daquele ano, o Brasil exportou 205 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia, gerando uma receita de US$ 749,2 milhões, segundo dados da ABPA.