À medida que as eleições de Fortaleza se aproximam, é importante refletir sobre o histórico das gestões de esquerda no Ceará e os desafios que essas políticas trouxeram para o agronegócio, um setor fundamental para a economia do estado. Ao longo dos anos, diversas iniciativas governamentais prejudicaram o desenvolvimento do campo, seja através da burocracia excessiva, da falta de infraestrutura ou de regulações que aumentaram os custos de produção.
1. Outorga de Uso da Água (COGERH)
Um dos maiores gargalos enfrentados pelos produtores rurais no Ceará foi o processo de outorga de uso da água, gerido pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH). Até 2022, o tempo médio de processamento de uma outorga era de 211 dias, criando sérios obstáculos para produtores que dependem da irrigação em suas propriedades. Embora um novo sistema tenha sido implementado recentemente, reduzindo esse prazo para 7 dias úteis e facilitando a emissão para pequenos agricultores com áreas de até 49 hectares, a burocracia anterior já havia imposto grandes dificuldades para o setor
Além disso, apenas 27% das outorgas de uso da água eram destinadas ao setor agropecuário até 2020, com a maior parte das concessões priorizando os setores industrial e urbano. Essa desproporção afetou diretamente a capacidade dos pequenos e médios produtores de expandir sua produção, sobretudo em regiões mais áridas do estado, onde a água é um recurso vital.
2. Regulação da Pulverização Aérea
Outro ponto crítico foi a regulação restritiva sobre a pulverização aérea. Embora implementada com o objetivo de proteger o meio ambiente, essa política elevou significativamente os custos de produção de grandes culturas, como a banana e o algodão. A Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) relatou que a proibição da pulverização aérea em determinadas áreas do Ceará aumentou em até 15% os custos operacionais dos produtores. Isso afetou negativamente a competitividade dos produtos agrícolas do estado no mercado nacional.
3. Infraestrutura Deficiente
O agronegócio cearense também sofre com a precariedade das estradas utilizadas para o escoamento de mercadorias. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 72% das rodovias estaduais que conectam as principais áreas produtoras à capital foram classificadas como “péssimas” ou “ruins”. Isso gera um aumento significativo nos custos logísticos e prejudica o acesso dos produtos do campo ao mercado consumidor de Fortaleza, que é o maior do estado.
4. Excesso de Burocracia e Carga Tributária
Durante as gestões de esquerda, o agronegócio cearense enfrentou uma alta carga tributária e um excesso de burocracia para acessar linhas de crédito e licenças ambientais. A demora para emissão de títulos de propriedade e concessão de financiamentos agrícolas impediu muitos pequenos produtores de expandir suas operações e modernizar suas propriedades. Somado a isso, o tempo médio de concessão de licenças ambientais no estado chegou a 18 meses, criando ainda mais incertezas e atrasos no desenvolvimento de novas iniciativas agropecuárias.
Diante desse histórico, o agronegócio cearense tem manifestado uma clara preferência por candidaturas que ofereçam um ambiente mais propício ao desenvolvimento, com menos burocracia e mais incentivo à produção. O resultado das eleições de Fortaleza será decisivo para os próximos anos do setor, e é fundamental que as políticas futuras estejam alinhadas com as necessidades do campo, corrigindo os erros do passado.
Esta coluna é escrita por Diego Trindade, sul-mato-grossense que escolheu o Ceará como sua casa. Diego atua conectando o agro e traz para você informações exclusivas sobre acordos, projetos e inovações que impulsionam o setor.